Greve geral iminente na função pública em São Tomé e Príncipe
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - Uma greve geral, na função publica, poderá ocorrer em São Tomé e Príncipe, por ter falhado o acordo sobre o novo salário mínimo nacional no valor de 102 euros, anunciou o secretário-geral da Organização Nacional dos Trabalhadores de São Tomé e Príncipe, Central Sindical (ONSTP-CS), João Tavares.
A greve foi convocada, quinta-feira última, por João Tavares, devido ao incumprimento deste acordo assinado entre a ONSTP-CS e o Governo em março último e que inclui o pagamento do subsídio de férias que deveria ser pago no de curso de maio corrente.
"É unânime. Não temos outra decisão, se não recorrer à greve na função pública”, declarou o SG da ONSTP-CS durante uma conferencia de imprensa na sede da organização.
O sindicalista lamenta a via da greve mas alerta que a mesma ocorrerá, "com ou sem", a UGT (União Geral dos Trabalhadores de São Tomé e Príncipe, Central Sindical), igualmente assinante do memorando e cujo líder, Costa Carlos, encontra-se ausente do país.
A decisão resulta dum encontro mantido entre a ONSTP/CS e associados, depois do qual o ministro das Finanças e Economia Azul, Engrácio da Graça, ter dito ao sindicato que é impossível o cumprimento do acordo assinado entre ambas partes em março último, segundo João Tavares.
O sindicato e o Governo tinham fixado o valor do novo salário mínimo nacional em 180 euros, e os pagamentos dos subsídios de férias, disse.
Segundo o memorando, a sua implementação seria faseada, pois este mês de maio seriam pagos 102 euros, incluindo os retroativos a contar a partir de janeiro último e o pagamento do subsídio de ferias na ordem dos 40 por cento e 100 por cento do valor em 2023.
O sindicalista acusa o ministro das Finanças e o Governo de “falta seriedade”, acrescentando que a decisão do aumento salarial e valor fixado foram da autoria do ministro das Finanças e aceite pelo Governo e que tal “não foi imposto.”
“O ministro das Finanças disse e repetiu várias vezes: 'meus caros amigos o que nós temos, são 2.500 dobras, isto vou levar para o governo”, afirmou, citando o governante em apreço.
Tavares disse, num ton exaltado, que terça-feira última (17 de maio corrente), o ministro das Finanças terá apresentado uma contraproposta de 81 euros, equivalentes a 2.000,00 dobras (moeda local).
“Se for a conjuntura internacional, os funcionários administrativos vêm enfrentando estes problemas há muito tempo”, indignou-se João Tavares, frisando que "a justificação é injustificável."
Face à iminência da greve na função publica, o Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, durante uma visita, nesta sexta-feira (20 de maio), ao Quartel das Forças Armadas e ao Centro de Instrução Militares, apelou à calma e ao diálogo.
“Porque não há nada que não tenha solução. Se há erros, vamos corrigir“, defendeu Vila Nova, prometendo, por outro lado, exercer a sua magistratura de influência.
Sublinhou fazer tudo, por sua parte, para se ter um país que funcione.
"Da minha parte, há esta abertura e disponibilidade. Então vamos fazer este trabalho”, garantiu o chefe do Estado são-tomense.
-0- PANA RMG/DD 20maio2022