Cabo Verde desmente detenção de suspeito de assassinato de polícia
Praia, Cabo Verde (PANA) - A Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde desmentiu quarta-feira uma alegada detenção de um suspeito do assassinato de um agente da Polícia Nacional (PN).
Segundo um comunicado da PJ, um indivíduo esteve nas suas instalações terça-feira para diligências na sequência da morte do agente policial, mas que o mesmo foi dispensado no mesmo dia.
Ao contrário do que foi veiculado por diversos órgãos de imprensa, José António Carvalho, conhecido por Jamaica e com antecedentes criminais, tido alegadamente como principal suspeito do assassinato do agente Hamilton Morais, não ficou sujeito ao regime de Termo de Identidade e Residência (TIR), e não foi sujeito a nenhuma outra medida de coacção.
Ele simplesmente foi “dispensado” pela PJ por esta não ter encontrado indícios de ter sido ele o autor do disparo que vitimou o agente da PN, refere a nota da Polícia científica cabo-verdiana.
O comunicado indica que, na sequência de uma operação realizada terça-feira, no bairro de Tira Chapéu, cidade da Praia, a Polícia Nacional entregou à PJ um indivíduo "para efeito de diligências policiais".
"Mais, a Polícia Judiciária esclarece, ainda, que não deteve nenhum indivíduo na sequência do caso em apreço e, por isso, não fez nenhuma apresentação às autoridades judiciárias", prossegue a PJ, garantindo que o indivíduo "nunca esteve detido" na instituição policial.
"A Polícia Judiciária acrescenta que, cumpridas as diligências às quais o indivíduo em causa estava sujeito, o mesmo foi dispensado, no mesmo dia", acrescentou a mesma fonte.
O indivíduo foi levado às instalações da PJ na sequência de uma operação ao bairro de Tira Chapéu, onde na madrugada de terça-feira um agente policial foi atingido a tiro mortalmente.
O caso aconteceu quando o Serviço de Piquete foi chamado, através do Centro de Comando, para uma diligência nesse que é um dos bairros considerados mais problemáticos da capital cabo-verdiana.
Segundo a Polícia Nacional, ao se aperceberem da presença policial, os suspeitos puseram-se em fuga e, imediatamente, foram perseguidos, resultando dali disparo de armas de fogo, que terá atingido o agente de primeira classe.
A PN adiantou que o agente policial foi socorrido imediatamente pelos colegas e transportado para o hospital, onde veio a falecer, momentos depois.
Na sequência, Jamaica acabou por ser detido depois das buscas, enquanto um segundo envolvido ainda está a monte.
As diligências, diz em comunicado o Ministério da Administração Interna, “estão sendo feitas no sentido de se compreender com exatidão as circunstâncias em que ocorreu a tragédia”, sem avançar mais pormenores.
O agente Hamilton foi descrito como “um profissional exemplar, dedicado e muito querido pelos seus colegas e amigos” e que estava na corporação há 16 anos, tendo trabalhado na ilha Brava e na cidade da Praia.
-0- PANA CS/IZ 31out2019