Cabo Verde lança cadernos de prevenção ao cibercrime em escolas
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo de Cabo Verdei lança nesta segunda-feira, 4 de abril, numa escola secundaria da cidade da Praia, 1000 cadernos de prevenção ao cibercrime destinados a estudantes do ensino básico e do ensino secundário, apurou a PANA de fonte segunda.
A entrega destes matérias, que se inscreve no quadro da Cooperação entre o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime em Cabo Verde (ONUDC) e o Governo, inclui ainda 100 agendas para professores, com informações de sensibilização à cibersegurança.
Numa nota, o Governo de Cabo Verde explica que fica a cargo dos professores implementar sessões de prevenção do cibercrime na sala de aula, adaptados aos riscos que os estudantes podem encontrar online.
“O objetivo é promover uma discussão com a turma, sensibilizar os alunos aos riscos cibernéticos e à forma como se podem proteger contra estes”, acrescenta a fonte precisando que os cadernos para os estudantes incorporam conselhos suplementares, que reforçarão as mensagens recebidas dos seus professores.
O lançamento destes instrumentos, conforme a nota, surge na sequência do recente aumento da utilização da Internet e dos meios de comunicação social na África Ocidental, associado ao manifesto desconhecimento das ameaças que daí podem decorrer, contribuindo assim para o desenvolvimento de atividades criminosas cibernéticas, que se estão a tornar numa das formas emergentes de crimes transnacionais.
“No passado, os principais fenómenos cibercriminosos na África Ocidental consistiam em meras fraudes na Internet e fraudes telefónicas. Atualmente, os tipos de cibercrimes com se depara na região vão desde a sextorsão, o esquemas de bitcoins, resgates, o abuso de crianças online, à fraude eletrónica, à negação de serviço, ao hacking, às notícias falsas, etc.”, lê-se no documento.
Neste sentido, por serem os jovens (adolescentes e crianças mais novas) que mais frequentemente tem sido alvo de fraude, de sextorsão e de abuso sexual de crianças online, dado que não estão plenamente conscientes de todos os perigos da Internet e por pensarem que se trata de um local seguro e inofensivo.
Esta incompreensão, prossegue, é também suscetível de os levar a perpetrar agressões como o cyberbullying, a publicar comentários desagradáveis e ofensivos nos meios de comunicação social, condutas que violam a lei, dada a crença de que a Internet é uma zona sem lei.”
A fonte realça que, com a pandemia da covid-19, o cibercrime evoluiu ao mesmo ritmo que as crianças, e os adolescentes se tornaram mais ligados à Internet, logo, defende que a falta de conhecimento das regras básicas de segurança e a proteção na Internet tornou-os numa presa fácil para os cibercriminosos cujas atividades aumentaram drasticamente durante a pandemia.
Efetivamente, tiraram partido da situação pandêmica, reforçando e criando novas ameaças cibernéticas, alertou.
Assim, no quadro da promoção da sensibilização das crianças e dos adolescentes para as ameaças proporcionadas pelo cibercrime, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (ONUDC), através do seu Programa Global de sobre o Cibercrime, em cooperação com o Governo de Cabo Verde, desenvolveu materiais de sensibilização (Cadernos e agendas) a serem distribuídos nas escolas de Cabo Verde para apoiar estudantes, professores e pais a adotar boas práticas de proteção contra o cibercrime.
-0- PANA CS/DD 04abril2022