Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe em greve por tempo indeterminado
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - Os funcionários da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe entraram em greve por tempo indeterminado, após rejeitarem o reajuste salarial proposto pelo Governo liderado pelo primeiro-ministro Jorge Bom Jesus.
Os grevistas decidiram não abrir mão das conquistas salariais conquistadas no regime privativo de que são abrangidos, soube-se quarta-feira de fonte oficial, em São Tomé.
“Os direitos adquiridos pelos funcionários da Assembleia são inegociáveis”, declarou Adalberto Catambe, um dos funcionários da Assembleia Nacional e membro do sindicato da classe em greve.
Convidando o Governo a refletir sobre a sua proposta, Adalberto Catambe aconselhou o Executivo de Jorge Bom Jesus a retirá-la sob pena de violar a lei orgânica da Assembleia, se a mantiver “nos moldes em que está”.
A greve decorre da não comparência às negociações, por três vezes, do ministro das Finanças e Economia Azul, Osvaldo Abreu, segundo Florêncio Noronha, porta-voz do sindicato dos funcionários parlamentares.
“Os membros do Conselho de Administração da Assembleia Nacional mantiveram-se por três vezes na sala por mais de uma hora, mas o senhor Osvaldo Vaz (...) não compareceu e nem sequer deu satisfação.
“Nós vamos reveindicar até ao fim, se for necessário, para que o nosso regime privativo jamais seja quebrantado, porque nós temos algumas restrições que os outros funcionários da Administração Pública não têm”, reclamou Catambe.
A Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe tem cerca de 50 funcionários, que reclamam que os direitos adquiridos não devem retirados.
Florêncio Noronha afirma que o Governo propõe corte salarial na ordem dos 75 por cento, enquanto “existem funcionários com compromissos bancários com filhos a estudarem no país e no estrangeiro.”
O Sindicato dos Magistrados e Funcionários da Assembleia Nacional insurgiu-se contra o estatuto de reajuste salarial submetido ao Parlamento para discussão e aprovação.
O primeiro-ministro Jorge Bom Jesus e o ministro Osvaldo Vaz defendem a implementação do reajuste salarial, num projeto de lei que está num impasse.
-0- PANA RMG/IZ 23junho2021