Agência Panafricana de Notícias

UA condena tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A União Africana (UA) condenou, sexta-feira, a tentativa de golpe de Estado perpetrada por militares na Guiné-Bissau e indicou que rejeitará uma mudança anticonstitucional de Governo.

Numa declaração divulgada em Addis Abeba, o presidente da Comissão da UA, Jean Ping, sublinhou que esta tentativa de golpe de Estado provocava imediatamente uma suspensão da segunda volta das presidenciais previstas para 29 de abril, o que é totalmente inaceitável para a UA.

"O presidente da Comissão indicou que a UA não aceitará nenhuma tomada anticonstitucional do poder e qualquer tentativa com vista a prejudicar o processo democrático na Guiné-Bissau", indica o comunicado.

A organização pan-africana exortou o Exército bissau-guineense a pôr termo aos "assassinatos políticos e às mudanças anticonstitucionais de Governo".

Quinta-feira, em Bissau, a capital da Guiné-Bissau, foram ouvidas explosões e o Exército cercou o centro da cidade após atacar a residência do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, que deveria disputar a segunda volta das eleições presidenciais com o ex-Presidente Kumba Yalá, que entretanto rejeitou participar no processo alegando frauda na primeira volta.

Carlos Gomes Júnior e o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, estão sob custódia dos militares.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenou igualmente a tentativa de golpe neste país palco de instabilidade crónica desde a sua independência de Portugal em 1974.

-0- PANA OR/SEG/NFB/TBM/IBA/MAR/TON 13abril2012