PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo-Verdiano Germano Almeida vence maior prémio literário de língua portuguesa
Praia, Cabo Verde (PANA) - O escritor cabo-verdiano Germano Almeida foi distinguido segunda-feira com o Prémio Camões 2018, o maior galardão literário da Língua Portuguesa, apurou a PANA esta terça-feira de fonte oficial.
O prémio homenageia, anualmente, a literatura em português, através de escritores cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento "do património literário e cultural da língua comum".
"Com este prémio, pretende-se ainda estreitar e desenvolver os laços culturais entre toda a comunidade lusófona, pelo que a este evento se associam os outros Estados de língua oficial portuguesa", sublinha um comunicado do Ministério da Cultura de Portugal, que anunciou a entrega do galardão.
Germano Almeida é o segundo cabo-verdiano a inscrever o seu nome na lista dos vencedores do Prémio Camões, atribuído pela primeira vez em 1989, depois de Arménio Vieira ter vencido o galardão em 2009.
Na ata do júri do Prémio Camões 2018, lida pelo seu presidente, o Brasileiro José Luís Jobim, foi declarado que o galardão foi atribuído ao escritor cabo-verdiano por “unanimidade”, devido à “riqueza de uma obra onde se equilibram a memória, o testemunho e a imaginação”.
“Conjugando a experiência insular e da diáspora cabo-verdiana, a obra [de Germano Almeida] atinge uma universalidade exemplar no que diz respeito à plasticidade da língua portuguesa“, refere o documento, em que o júri deste ano chamou também a atenção para o humor do autor.
Em declarações à imprensa, Germano Almeida afirmou-se "surpreendido", mas "muito feliz" por constatar que o seu trabalho é apreciado a ponto de receber o galardão maior da língua portuguesa.
Para ele, este galardão representa "o reconhecimento do esforço e do trabalho" que vem desenvolvendo há anos como escritor.
Ele considerou ainda importante a componente financeira do prémio (50 mil euros) "para um escritor que publica em Cabo Verde e em Portugal, onde os livros são mal vendidos e os escritores dolorosamente mal pagos".
Para o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, a atribuição do Prémio Camões a Germano Almeida uma "ótima notícia" para o escritor e para o país, fazendo votos para que o terceiro galardão não demore mais nove anos.
"É uma ótima notícia para ele, em primeiro lugar, para a literatura cabo-verdiana, para os escritores cabo-verdianos e para Cabo Verde. É um importante galardão literário, seguramente o mais conhecido de língua portuguesa, e termos um prémio Camões nove anos depois do primeiro é muito bom", disse Jorge Carlos Fonseca, também ele escritor.
Nascido em 1945, na ilha da Boavista, e a viver atualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como "A ilha fantástica", "Os dois irmãos" e "O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", estes dois últimos já adaptados para cinema.
Formado em Direito em Lisboa, é advogado e foi procurador da República de Cabo Verde. Deu os primeiros passos na literatura na década de 1980, numa altura em que cofundou a revista Ponto & Vírgula.
Desde a sua instituição, no âmbito de um protocolo estabelecido entre Portugal e o Brasil, assinado em junho de 1988, já receberam este prémio Miguel Torga, João Cabral de Mello Neto (Brasil), José Craveirinha (Moçambique), Vergílio Ferreira, Rachel de Queiroz (Brasil), Jorge Amado (Brasil), José Saramago, Eduardo Lourenço e Pepetela (Angola).
Outros galardoados são António Cândido (Brasil), Sophia de Mello Breyner, Autran Dourado (Brasil), Eugénio de Andrade, Maria Velho da Costa, Rubem Fonseca (Brasil), Agustina Bessa-Luís, Lygia Fagundes Telles (Brasil), Luandino Vieira (Angola -- prémio recusado), António Lobo Antunes, João Ubaldo Ribeiro (Brasil), Arménio Vieira (Cabo Verde), Ferreira Gullar (Brasil), Manuel António Pina (Portugal), Dalton Trevisan (Brasil), Mia Couto (Moçambique), Alberto Costa e Silva (Brasil), Hélia Correia (Portugal), Raduan Nassar (Brasil) e Manuel Alegre (Portugal).
-0- PANA CS/IZ 22maio2018
O prémio homenageia, anualmente, a literatura em português, através de escritores cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento "do património literário e cultural da língua comum".
"Com este prémio, pretende-se ainda estreitar e desenvolver os laços culturais entre toda a comunidade lusófona, pelo que a este evento se associam os outros Estados de língua oficial portuguesa", sublinha um comunicado do Ministério da Cultura de Portugal, que anunciou a entrega do galardão.
Germano Almeida é o segundo cabo-verdiano a inscrever o seu nome na lista dos vencedores do Prémio Camões, atribuído pela primeira vez em 1989, depois de Arménio Vieira ter vencido o galardão em 2009.
Na ata do júri do Prémio Camões 2018, lida pelo seu presidente, o Brasileiro José Luís Jobim, foi declarado que o galardão foi atribuído ao escritor cabo-verdiano por “unanimidade”, devido à “riqueza de uma obra onde se equilibram a memória, o testemunho e a imaginação”.
“Conjugando a experiência insular e da diáspora cabo-verdiana, a obra [de Germano Almeida] atinge uma universalidade exemplar no que diz respeito à plasticidade da língua portuguesa“, refere o documento, em que o júri deste ano chamou também a atenção para o humor do autor.
Em declarações à imprensa, Germano Almeida afirmou-se "surpreendido", mas "muito feliz" por constatar que o seu trabalho é apreciado a ponto de receber o galardão maior da língua portuguesa.
Para ele, este galardão representa "o reconhecimento do esforço e do trabalho" que vem desenvolvendo há anos como escritor.
Ele considerou ainda importante a componente financeira do prémio (50 mil euros) "para um escritor que publica em Cabo Verde e em Portugal, onde os livros são mal vendidos e os escritores dolorosamente mal pagos".
Para o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, a atribuição do Prémio Camões a Germano Almeida uma "ótima notícia" para o escritor e para o país, fazendo votos para que o terceiro galardão não demore mais nove anos.
"É uma ótima notícia para ele, em primeiro lugar, para a literatura cabo-verdiana, para os escritores cabo-verdianos e para Cabo Verde. É um importante galardão literário, seguramente o mais conhecido de língua portuguesa, e termos um prémio Camões nove anos depois do primeiro é muito bom", disse Jorge Carlos Fonseca, também ele escritor.
Nascido em 1945, na ilha da Boavista, e a viver atualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como "A ilha fantástica", "Os dois irmãos" e "O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", estes dois últimos já adaptados para cinema.
Formado em Direito em Lisboa, é advogado e foi procurador da República de Cabo Verde. Deu os primeiros passos na literatura na década de 1980, numa altura em que cofundou a revista Ponto & Vírgula.
Desde a sua instituição, no âmbito de um protocolo estabelecido entre Portugal e o Brasil, assinado em junho de 1988, já receberam este prémio Miguel Torga, João Cabral de Mello Neto (Brasil), José Craveirinha (Moçambique), Vergílio Ferreira, Rachel de Queiroz (Brasil), Jorge Amado (Brasil), José Saramago, Eduardo Lourenço e Pepetela (Angola).
Outros galardoados são António Cândido (Brasil), Sophia de Mello Breyner, Autran Dourado (Brasil), Eugénio de Andrade, Maria Velho da Costa, Rubem Fonseca (Brasil), Agustina Bessa-Luís, Lygia Fagundes Telles (Brasil), Luandino Vieira (Angola -- prémio recusado), António Lobo Antunes, João Ubaldo Ribeiro (Brasil), Arménio Vieira (Cabo Verde), Ferreira Gullar (Brasil), Manuel António Pina (Portugal), Dalton Trevisan (Brasil), Mia Couto (Moçambique), Alberto Costa e Silva (Brasil), Hélia Correia (Portugal), Raduan Nassar (Brasil) e Manuel Alegre (Portugal).
-0- PANA CS/IZ 22maio2018