Cabo Verde cria Fundo Climático e Ambiental para comunidades turísticas
Praia, Cabo Verde (PANA) – O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou, quarta-feira na na cidade da Praia, a criação de um Fundo Climático e Ambiental para beneficiar comunidades turísticas, visando uma “maior proteção” da biodiversidade no arquipélago, apurou a PANA de fonte segura.
O chefe do Governo cabo-verdiano, que discursava no encerramento do Projeto Integração da Biodiversidade no Turismo, em Sinergia com o Sistema Nacional de Áreas Protegidas (Projeto BIO-TUR), implementado em Cabo Verde desde 2017, anunciou que o Executivo está a finalizar um programa para a criação do referido fundo, que terá “várias componentes, nomeadamente a transformação da dívida em financiamento climático e ambiental.”
O Fundo Climático e Ambiental proporcionará, acrescentou, uma “maior proteção” do ambiente e ganhos económicos, “de uma forma equilibrada e sustentada para as pessoas.”
Neste sentido, prometeu um engajamento “muito forte” do Governo para fazer um efeito multiplicador deste projeto, de modo a alargá-lo para todas as ilhas e, consequentemente, tirar muitas pessoas da pobreza e ajudar mulheres com capacidade de inclusão produtiva.
Ulisses Correia e Silva comunicou ainda a intenção do Governo de assinar um pacto de sustentabilidade com todos os municípios do país, com o objetivo de criar condições ambientais para o bio-turismo.
“Este tipo de turismo não casa com o problema de saneamento e a falta de limpeza”, advertiu o primeiro-ministro, apelando à valorização deste tipo de projetos e a valorização dos seus resultados.
Na ocasião, ele destacou os ganhos do projeto de integração da biodiversidade no turismo, qu!e em cinco ano!s atuou em Santiago, Maio, Boa Vista e Sal, deseejando a sua continuação para chegar a todas as ilhas.
"Este projeto deverá ter continuidade e abrangência para as outras ilhas. Está baseado num bom conceito. Foi preciso criar um quadro legal, institucional e o modelo de gestão, e produziu resultados", regozijou-se Ulisses Correia e Silva, no encerramento do Projeto Integração da Biodiversidade no Turismo em Sinergia com o Sistema Nacional de Áreas Protegidas (Projeto BIO-TUR).
Financiado pelo Fundo Global das Nações Unidas para o Ambiente, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Governo de Cabo Verde, num total de 6.000.000 dólares americanos.
Mostrando a sua satisfação pelos resultados, o primeiro-ministro disse que, com este empreendimento, o país está a criar valor de oferta turística, para além de praia e sol, mas também com montanhas, vales e biodiversidade em todas as ilhas, num setor que garante 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
"Tudo isso vai ao encontro dos objetivos do Governo de criar destinos que aproveitem e desenvolvam as potencialidades humanas, culturais, naturais, patrimoniais de cada uma das ilhas para o ecoturismo e o turismo rural. É o casamento perfeito do valor económico com o valor ambiental em benefício das comunidades", frisou.
Integrar a conservação da biodiversidade no planeamento e nas operações de turismo a nível nacional e expandir e fortalecer a zona costeira e marinha das Áreas Protegidas foram algumas das medidas implementadas pela iniciativa, indicou.
Ulisses Correia e Silva entendeu ainda que o BIO-TUR valorizou os recursos ambientais na criação de recursos económicos e que pode integrar-se na cadeia de valor e na produção agrícola, pecuária e de produtos de pesca nas comunidades piscatórias, de artesanato e entretenimento cultural.
"É preciso aumentar a escala para aumentar a produção de efeitos com impacto em oportunidades de empreendedorismo, a criação de emprego, a saída da pobreza, a oferta de serviços que casam com a natureza, com o fator humano e com a cultura", traçou.
Durante o período de implementação, o país elaborou os seus Planos de Ordenamento e Gestão (POG) e Planos de Ecoturismo & Negócios (PEN) para diferentes áreas protegidas nas quatro ilhas-alvos.
O Projeto BIO-TUR foi implementado pelo Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), através da Direção Nacional do Ambiente (DNA), em coordenação com o Ministério do Turismo e Transportes, deu a conhecer.
-0- PANA CS/DD 12jan2023