África chamada a inovar para mudar sistemas agroalimentares
Luanda, Angola (PANA) - O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês), Qu Dongyu, sublinhou segunda-feira a necessidade de "o continente africano fazer as coisas de forma diferente e explorar o potencial da ciência, da tecnologia digital e da inovação para transformar os sistemas agroalimentares.”
Num artigo de opinião divulgado pela FAO, em Roma (Itália), o diplomata chinês chamou a atenção para a "ação colectiva”, numa altura em que se realiza, em Marrocos, a 33.ª Sessão da Conferência Ministerial Regional da instituição para África (ARC33), de 18 a 20 de abril.
"Trata-se de um momento crucial para a ação coletiva”, escreveu Qu Dongyu, exortando as nações africanas, representadas pelos seus ministros da Agricultura, a aproveitarem a dinâmica da transformação dos sistemas agroalimentares a fim de obterem benefícios a nível da segurança alimentar e nutricional, da economia e da igualdade, do ambiente e da resiliência.
"Se quisermos corrigir o rumo em África, é necessário fazermos as coisas de forma diferente. As soluções da ciência, da tecnologia digital e da inovação oferecem um potencial estimulante”, realçou.
Acrescentou que "o sucesso requer um esforço coletivo dos Governos, das organizações da sociedade civil, do setor privado, dos parceiros da Organização das Nações Unidas (ONU) e das comunidades locais”, cita a Efe.
A conferência irá debater as recomendações recolhidas pela FAO em consultas com a sociedade civil, incluindo organizações de agricultores, e com o setor privado, nos meses de fevereiro e março últimos, que ajudarão a moldar os debates, segundo o diplomata.
"África, com enormes oportunidades, domina a lista das 20 economias de crescimento mais rápido no mundo. A Zona de Livre Comércio Africana (ZLCA) promete impulsionar o comércio intra-africano e estimular, ainda mais, o crescimento económico”, sublinha Qu Dongyu.
A Conferência Ministerial Regional da FAO para África constitui uma das principais plataformas continentais para a partilha de perspetivas e experiências no domínio dos sistemas agroalimentares, assim como uma rede para o estabelecimento de parcerias estratégicas e de maiores investimentos no continente.
"Através da Iniciativa Mão-na-Mão da FAO, estamos a promover parcerias estratégicas entre países e investidores para desbloquearmos os estrangulamentos na produção e no comércio agrícolas”, anunciou Qu Dongyu.
"No último biénio, a FAO mobilizou mais de 900.000.000 dólares (americanos) para os sistemas agroalimentares em África, ou seja, mais de 60 por cento acima do nosso objetivo. Neste biénio, o nosso objetivo é ainda maior”, concluiu.
-0- PANA JA/DD 11abril2024