Países frágeis em África vulneràveis a crises interligadas de energies e alimentos, diz diplomata
Tóquio, Japão (PANA) - A maioria dos Estados frágeis, que fazem parte do continente africano, estão vulneráveis para enfrentar uma série de crises interligadas relacionadas com a energia, alimentação, dívida e alterações climáticas, soube a PANA de fonte oficial.
A declaração foi feta quinta-feira última em Tóquio, no Japão, pela comissária da União Africana (UA) para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Amhiente Sustentável, Josefa Sacko, durante um simpósio intitulado "A economia global e a coordenação das políticas numa época de desafios globais cada vez mais complexos."
A diplomata angolana assegurou que, num mundo que enfrenta crises interligadas, a fragilidade agrava outros desafios globais, incluindo as alterações climáticas, pandemias e a insegurança alimentar.
Reconheceu que os países afetados pela fragilidade são na maioria também afetados por conflitos e pela violência e que se encontram numa trajetória de desenvolvimento diferente da do resto do mundo, com níveis de pobreza persistentemente elevados e um capital humano em declínio.
“A África Subsariana já alberga cerca da metade destes países na categoria de fragilidade, conflito, violência, golpes militares. O novo conflito entre Israel e a Palestina em Gaza e a persistente guerra entre a Rússia e a Ucrânia estão a contribuir para sufocar um melhor crescimento em todo o continente”, sublinhou.
Como consequência destes fatores no início do corrente ano, prosseguiu, Estados africanos encontram-se em situação de endividamento, outros 15 estão em risco elevado e 14 em risco moderado, incluindo neste momento a Zâmbia e o Gana que fazem parte de paises em incumprimento das suas dívidas, a que se juntou recentemente a Etiópia.
Para agravar a situação em 2023, a África Subsariana foi responsável por 48 por cento das mortes causadas pelo terrorismo a nível mundial, quando a situação dos ataques se alastraram para além dos pontos críticos históricos, como o Sahel e o Corno de África, para a África Austral e as regiões costeiras da África Ocidental, segundo a xomissària da UA.
Na sua ótica, a comunidade internacional deve apoiar os países sob pressão, mesmo nas situações mais difíceis, especialmente em locais como o Sahel e o Corno de África, onde a sobreposição de crises securitària, humanitária e económica ameaça minar as instituições dos países em risco de colapso .
“ É cada vez mais consensual que as instituições financeiras internacionais devem permanecer empenhadas e desempenhar um papel fundamental na estabilização das economias frágeis e afetadas por conflitos e ajudar a promover o crescimento inclusivo", defendeu a diplomata angolana.
Defendeu, por outro lado, uma nova cultura de multilateralismo visto que, frisou, o atual sistema nascido das circunstâncias que se seguiram à segunda Guerra Mundial, já não é adequado aos seus objetivos para que seja inclusiva, e disponha de mecanismos integrados de responsabilização e transparência.
-0- PANA JF/DD 16março202r