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Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde contabiliza 5.500 pessoas com VIH/Sida
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde contabiliza atualmente 5.500 pessoas que vivem com a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), apurou a PANA, quinta-feira, de fonte segura.
Segundo um inquérito demográfico da saúde reprodutiva, em Cabo Verde, surge, anualmente, uma média 300 a 400 pessoas seropositivas diagnosticadas em todas as estruturas de saúde e de algumas Organizações Não Governamentais (ONG), que complementam o serviço de diagnóstico e prevenção nesta matéria.
A mesma fonte indica que o país regista uma prevalência de VIH de 0.7 nas mulheres e de 0.4 nos homens, sendo as mulheres as mais afetadas e as mais vulneráveis.
No entanto, segundo a mesma fonte, dados rotineiros indicam que elas são as que mais procuram os serviços de saúde, sendo que se realizam mais de 10.000 testes a grávidas por ano.
O VIH/Sida não existe nas idades entre 15 a 19 no país, sendo que a faixa etária com maior prevalência se situa-se entre os 35 a 40 anos.
Em declarações à Agencia Cabo-verdiana de Noticias (Inforpress), por ocasião do Dia Mundial da Luta contra a Sida, que se assinala a 01 de dezembro, a secretaria executiva do Comité de Coordenação do Combate à Sida (CCS-Sida), Celina Ferreira, destacou que, a partir de 1986, Cabo Verde se tem esforçado para dar resposta à epidemia do VIH/Sida, tendo, para o efeito, implementado um conjunto de ações visando a oferta de testes nas comunidades, para a realização dos diagnósticos.
Conforme disse, a partir de 2004, houve uma inovação nesta matéria com a introdução do tratamento antirretroviral”.
Celina Ferreira destacou a caminhada que Cabo Verde está fazendo para o cumprimento dos ODS, ou seja, alcançar a meta de eliminação da sida na população em geral em 2030, salientando ainda a intenção da eliminação de transmissão vertical do vírus de mães para filhos já em 2024.
A responsável garantiu que, em Cabo Verde, a resposta à epidemia avançou muito ao longo destes 37 anos, a ponto que dos 3.000 infetados com o VIH a receber um tratamento de antirretroviral, cerca de 70 por cento já tenham a carga viral indetetável.
“Com estes dados relacionados com as pessoas que estão a seguir um tratamento de antirretroviral, a carga viral do paciente é indetetável, logo não pode transmitir e assim ajuda o país na eliminação”, disse, sublinhando que a dinâmica da resposta de VIH requer que cerca de 90 por cento das pessoas tenham a carga viral suprimida.
“Cabo Verde está já em 70 por cento da carga viral indetetável, o que é um grande ganho para a resposta à epidemia”, ajuntou.
Ainda de acordo de Celina Ferreira, no país cerca de 90 por cento de pessoas que vivem com o VIH são pessoas de condição socioeconómica precária, pelo que são encaminhadas aos outros parceiros para respostas socioeconómicas.
“Temos uma adesão de 78 por cento dos doentes aos tratamentos, ou seja, pessoas com mais de um ano a seguir tratamento e a ter sucesso, mas a adesão tem de ser mantida e reforçada com um atendimento psicossocial, com autonomia, levantamento de autoestima, conhecimento dos direitos humanos e muito mais”, acrescenta, ressaltando que a luta contra a sida é dinâmica e que requer parceria, energia, esforço e participação ativa das pessoas que vivem com o VIH.
Referiu também que no país existe um pacote definido de cuidados ao VIH que começa pela informação, aconselhamento, atendimento psicológico e oferta de testes e de preservativos.
“As pessoas diagnosticadas com o VIH positivo são automaticamente oferecidas um tratamento antirretroviral, um acompanhamento psicológico ao doente e à família, e um seguimento biológico regularmente, para se poder controlar a carga viral”, assegurou.
O tratamento, segundo disse, é gratuito e está disponível em todas as estruturas de saúde no país e, a partir do próximo ano, nas ONG como Verdefam e Morabi. que passam a complementar o serviço com tratamento.
-0- PANA CS/DD 01dez2022