África exorta Senegal a marcar já nova data para eleições
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A Comissão da União Africana (CUA) exorta as autoridades senegalesas a organizarem as eleições presidenciais no país nos melhores prazos, com transparência, paz e concórdia nacional, soube a PANA de fonte oficial.
Num comunicado datado de 4 de fevereiro corrente, devido ao adiamento das eleições presidenciais inicialmente previstas para 25 do corrente, o presidente da CUA, Mahamat Faki, encorajou "vivamente" todas as forças políticas e sociais do país a "resolverem qualquer diferendo político pela concertação, compreensão e diálogo civilizado."
Para o efeito, recomendou o "estrito respeito pelos princípios que norteiam o Estado de direito de que o Senegal tem "uma tradição histórica profundamente ancorada."
A preocupação da CUA relaciona-se com a da Comissão do Bloco Sub-regional da África Ocidental, ou seja, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que anteriormente aconselhou as autoridades senegalesas a tomar rápido medidas para marcar uma nova data para a votação.
A CEDEAO declarou-se preocupada pelas circunstâncias que culminaram com o adiamento das presidenciais no Senegal, lançando "um apelo às autoridades competentes para acelerarem os diferentes processos a fim de fixar uma nova data para as eleições."
A CUA exortou "a classe política no seu todo a privilegiar o diálogo e a colaboração para eleições transparentes, inclusivas e credíveis."
Felicitou o Presidente senegalês cessante, Macky Sall, por ter mantido a sua decisão de não disputar um novo mandato, encorajando-o a "continuar a defender e proteger a longa tradição democrática" do país.
Justificando o adiamento, o Presidente Sall anunciou sábado ter ab-rogado o decreto através do qual tinha convocado o escrutínio para 25 de fevereiro corrente, enquanto esperava pelos resultados resultados de uma Comissão de Inquérito Parlamentar a fim de elucidar as condições em que certas candidaturas foram chumbadas.
Referia-se nomeadamente ao Partido Democrático Senegalês (PDS, oposição) que pediu e obteve a criação de uma comissão de inquérito Parlamentar devido à a invalidação da candidatura do seu cabeça de lista Karim Wade, às mesmas presidenciais "por causa da dupla nacionalidade, francesa e senegalesa.
Filho do ex-Presidente senegalês Abdoulaye Wade, Karim declarou em janeiro último ter renunciado à sua nacionalidade francesa a fim de abrir a via à sua candidatura, uma das principais, às presidenciais em apreço.
Declarou que o Ministério francês do Interior pode confirmar a sua renúncia à nacionalidade francesa.
Além disto, o PDS moveu acusações de corrupção contra o Conselho Constitucional encarregue de examinar as candidaturas a este escrutínio tão almejado no Senegal.
Porém, o Conselho Constitucional, num comunicado de 29 de janeiro de 2024, refutou as alegações formuladas contra si.
-0- PANA MA/NFB/JSG/SOC/DD 05fev2024