UA adverte contra ingerências estrangeiras na Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) – O presidente da Comissão da União Africana (UA), Mouss Faki Mahamat, exprimiu a sua preocupação pela degradação da situação na Líbia, advertindo contra as ameaças de ingerências estrangeiras nos assuntos internos líbios.
A Líbia está confrontada com uma escalada militar desde 4 de abril último, depois da ofensiva militar contra Tripoli liderada pelo marechal Khalifa Haftar, exarcerbada pelas ingerências estrangeiras que aumentaram a tensão com a adoção pelo Parlamento turco do envio de tropas para apoiar o Governo líbio face alegadamente à presença de "mercenários russos, sudaneses e tchadianos ao lado de Haftar".
Num comunicado divulgado neste fim de semana, Moussa Faki afirma estar "profundamente preocupado" com a deterioração da situação na Líbia e o prolongamento dos sofrimentos do povo líbio.
"As ameaças diversas de ingerências políticas e militares nos assuntos internos do país aumentam os riscos de um confronto cujas razões não têm nada a ver com os interesses fundamentais do povo líbio e as suas aspirações à liberdade, à paz, à democracia e ao desenvolvimento”, advertiu no seu comunicado.
O presidente da Comissão reiterou o compromisso permanente da União Affricana com uma solução política inclusiva em que todos os atores políticos e sociais desempenhem papel principal.
Exortou a comunidade internacional a juntar-se aos esforços de África para a promoção rápida de uma saída pacífica desta crise com consequências perigosas para o país, para a região e para o continente.
A União Africana deverá participar na Conferência de Berlim (Alemanha) sobre a Líbia prevista para a segunda quinzena de janeiro corrente, visando proclamar um cessar-fogo na Líbia e relançar o processo político em prelúdio a um acordo de resolução da crise interlíbia.
A UA que, durante a sua 32ª cimeira ordinária, em fevereiro passado, em Addis Abeba (Etiópia), apostou fortemente na busca de uma solução na Líbia através da adoção de um roteiro de paz e da exigência de ser associada pelas Nações Unidas aos esforços de resolução a crise líbia, queixa de ter sido marginalizada.
Uma proposta para nomear um enviado especial comum entre a União Africana e a ONU foi recusada por países membros do Conselho de Segurança, designadamente os Estados Unidos e França.
-0- PANA BY/IS/SOC/MAR/IZ 05jan2020