PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Transportes em África entre os mais caros do mundo
Dakar, Senegal (PANA) - Os custos dos transportes em África continuam entre os mais elevados do mundo, minando assim a competitividade dos produtos africanos nos mercados locais e internacionais, revela um relatório da Comissão da União Africana (UA) a que a PANA teve acesso domingo.
No seu documento, preparado para a II sessão da Conferência dos Ministros Africanos dos Transportes (CAMT II), a decorrer de 21 a 25 de novembro corrente na capital angolana, Luanda, a CUA atribui esta situação ao nível inadequado, à baixa qualidade e ao mau funcionamento das infraestruturas de transportes e dos serviços afins.
Segundo o documento, estudos recentes indicam que o custo dos transportes como parte do valor das exportações em África oscila ente 30 e 50 porcento, podendo atingir três quartos nos países encravados, contra uma média de cerca de 17 porcento nos demais países em desenvolvimento.
Os custos dos transportes em África exprimem-se sob a forma de “altas taxas de frete, encargos de atraso, perdas em trânsito e desperdício de oportunidades”, refere o documento, notando que esta situação só pode ser ultrapassada com a construção e a modernização das infraestruturas do setor.
A CUA reconhece que, nas últimas décadas, foram feitos esforços para melhorar as infraestruturas e os serviços dos transportes aos níveis nacional, regional e continental, mas que a falta de recursos e a fragilidade das economias impediu a maioria dos países de criar infraestruturas que respondam efetivamente às suas necessidades de desenvolvimento.
A este propósito, lembra que as potências coloniais em África construíram apenas infraestruturas mínimas para lhes permitir explorar os seus recursos naturais, deixando grande parte do continente “sem redes de transportes credíveis”.
Por exemplo, explica, as densidades médias da rede de transportes terrestres no continente, englobando estradas e caminhos-de-ferro, são atualmente de apenas seis quilómetros e 0,2 quilómetro por 100 quilómetros quadrados, respetivamente.
“Mais de 60 porcento da rede rodoviária continental existente não é asfaltada e é maioritariamente de baixa qualidade, enquanto a parte asfaltada que está em boas condições é de menos de 40 porcento”, sublinha o relatório da CUA.
Por outro lado, prossegue, as redes ferroviárias são maioritariamente constituídas por uma única linha que liga o interior ao litoral com interligaçoes reduzidas, enquanto o trabalho de engenharia das redes data de há quase um século ao tempo de locomotivas a vapor.
“Estas redes conheceram desde então muito poucas reabilitações para suportar comboios mais longos movidos a diesel ou elétricos, pelo que na sua maioria estão hoje obsoletas”, nota o documento.
Por causa dessa situação, segundo ainda o mesmo documento, os caminhos-de-ferro que deviam idealmente constituir a espinha dorsal ou quadro para a rede de transportes no continente estão relegados para segundo plano, e o seu lugar tradicional é ocupado pelo transporte rodoviário, que é “mais caro e propenso a congestionamentos”.
Sobre a situação portuária, o reltório sublinha que são muito poucos os portos africanos dotados de instalações adequadas e equipados para manusear os navios de contentores modernos, com uma capacidade média de utilização de 50 porcento e marcada por “demoras consideráveis” no desalfandegamento de cargas de todo o tipo.
Esta situação é agravada pela baixa qualidade dos sistemas de transportes e comunicações do interior aliada à falta de instalações de interconexão e de assistência adequada à navegação, incluindo instalações de busca e resgate.
Também a crescente ameaça de pirataria compromete a segurança das vias de navegação africanas com fortes repercussões sobre o ambiente marinho, conclui o relatório.
-0- PANA IZ 20nov2011
No seu documento, preparado para a II sessão da Conferência dos Ministros Africanos dos Transportes (CAMT II), a decorrer de 21 a 25 de novembro corrente na capital angolana, Luanda, a CUA atribui esta situação ao nível inadequado, à baixa qualidade e ao mau funcionamento das infraestruturas de transportes e dos serviços afins.
Segundo o documento, estudos recentes indicam que o custo dos transportes como parte do valor das exportações em África oscila ente 30 e 50 porcento, podendo atingir três quartos nos países encravados, contra uma média de cerca de 17 porcento nos demais países em desenvolvimento.
Os custos dos transportes em África exprimem-se sob a forma de “altas taxas de frete, encargos de atraso, perdas em trânsito e desperdício de oportunidades”, refere o documento, notando que esta situação só pode ser ultrapassada com a construção e a modernização das infraestruturas do setor.
A CUA reconhece que, nas últimas décadas, foram feitos esforços para melhorar as infraestruturas e os serviços dos transportes aos níveis nacional, regional e continental, mas que a falta de recursos e a fragilidade das economias impediu a maioria dos países de criar infraestruturas que respondam efetivamente às suas necessidades de desenvolvimento.
A este propósito, lembra que as potências coloniais em África construíram apenas infraestruturas mínimas para lhes permitir explorar os seus recursos naturais, deixando grande parte do continente “sem redes de transportes credíveis”.
Por exemplo, explica, as densidades médias da rede de transportes terrestres no continente, englobando estradas e caminhos-de-ferro, são atualmente de apenas seis quilómetros e 0,2 quilómetro por 100 quilómetros quadrados, respetivamente.
“Mais de 60 porcento da rede rodoviária continental existente não é asfaltada e é maioritariamente de baixa qualidade, enquanto a parte asfaltada que está em boas condições é de menos de 40 porcento”, sublinha o relatório da CUA.
Por outro lado, prossegue, as redes ferroviárias são maioritariamente constituídas por uma única linha que liga o interior ao litoral com interligaçoes reduzidas, enquanto o trabalho de engenharia das redes data de há quase um século ao tempo de locomotivas a vapor.
“Estas redes conheceram desde então muito poucas reabilitações para suportar comboios mais longos movidos a diesel ou elétricos, pelo que na sua maioria estão hoje obsoletas”, nota o documento.
Por causa dessa situação, segundo ainda o mesmo documento, os caminhos-de-ferro que deviam idealmente constituir a espinha dorsal ou quadro para a rede de transportes no continente estão relegados para segundo plano, e o seu lugar tradicional é ocupado pelo transporte rodoviário, que é “mais caro e propenso a congestionamentos”.
Sobre a situação portuária, o reltório sublinha que são muito poucos os portos africanos dotados de instalações adequadas e equipados para manusear os navios de contentores modernos, com uma capacidade média de utilização de 50 porcento e marcada por “demoras consideráveis” no desalfandegamento de cargas de todo o tipo.
Esta situação é agravada pela baixa qualidade dos sistemas de transportes e comunicações do interior aliada à falta de instalações de interconexão e de assistência adequada à navegação, incluindo instalações de busca e resgate.
Também a crescente ameaça de pirataria compromete a segurança das vias de navegação africanas com fortes repercussões sobre o ambiente marinho, conclui o relatório.
-0- PANA IZ 20nov2011