Tshisekedi realça apoio de Angola ao seu país
Luanda, Angola (PANA) - O Presidente reeleito da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, agradeceu sábado o apoio de Angola ao seu país, soube a PANA de fonte segura.
Ao discursar na cerimónia da sua investidura, realizada no Estádio dos Mártires, em Kinshasa, testemunhada por 18 estadistas africanos, entre estes o Presidente da República, João Lourenço, Tshisekedi mencionou, igualmente, o contributo da Missão de Observação das Nações Unidas para o Congo (Monusco), do Congo Brazzaville e do Egito para a paz no seu país.
Dirigindo-se aos seus compatriotas, apelou-lhes a tudo fazerem para não se repetirem os erros do passado, conforme o lema do seu discurso, "Tous Unis pour la RDC” (Todos Unidos pela RDC” e o slogan oficial da sua campanha eleitoral "Justiça, Paz, Trabalho."
Anunciou para este quinquénio, iniciado no mesmo sábado objetivos que passam pela criação de empregos, pela estabilização da taxa de câmbio.
Prometeu garantir a eficácia da segurança e a diversificação da economia, de modo a assegurar o maior acesso aos serviços de base.
O restabelecimento da paz e segurança das populações, principalmente no leste do país, foi outro eixo do discurso de Tshisekedi que ao longo da sua campanha eleitoral prometeu "restaurar a autoridade do Estado e uma profunda reestruturação do aparelho de defesa e segurança, recrutanto 25.000 policiais por ano.
O reforço da eficácia dos serviços públicos no país, atingido pela corrupção a vários níveis, também consta das metas ambiciosas do Presidente da RDC determinado a materializá-las tão logo que o novo Governo tome posse.
Conforme diferentes analistas da cena política na RDC, o herdeiro de Etiénne Tshisekedi (seu pai) tem cinco anos para justificar os 73,47 por cento dos votos dados pelo eleitorado congolês.
Declarado vencedor das eleições de 20 de dezembro último, com 73,34 por cento dos votos, o ora reeleito chefe do Estado congolês foi investido sábado último do cargo de Presidente da RDC para mais um mandato de cinco anos.
Os seus dois adversários políticos, Moise Katumbi (multimilionário) e Martin Faulu, só obtiveram 18,08 por cento e 5,33 por cento, respetivamento, do total de votos.
Depois de ter cumprido as formalidades, após a requisição do Procurador-Geral da República e a leitura do acórdão do Tribunal Constitucional (TC) que o proclama novo Presidente da RDC, Félix Tshisekedi jurou solenemente, diante de Deus e da nação, "observar e defender a Constituição e as leis da República.”
Perante os juízes do TC todos vestidos a preceito, Tshisekedi foi ovacionado pelo público e pelos convidados, tendo ainda sido brindado com 21 salvas de canhão.
Recebeu do presidente do Tribunal Constitucional símbolos do poder de chefe de Estado.
Antes desta celebração deste momento solene de juramento, representantes de diversas igrejas, incluindo a Católica (predominante na RDC), protestantes, evangélicas, as chamadas "neo-petencostais" e muçulmanos, unidas em culto ecuménico, abençoaram a cerimónia e o Presidente reconduzido com palavras encorajadoras.
Cerca de 44.000.000 eleitores, quase metade da população congolesa, estimada em 100.000.000 habitantes, foram recenseados para estas eleições presidenciais, legislativas e locais.
Dados oficiais avançados pela Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI) dão conta de aproximadamente 18.000.000 votos válidos, cifra indicadora de uma taxa de participação de 43 por cento dos eleitores inscritos.
As dificuldades resultantes de problemas logísticos, o atraso na distribuição do material e limitações técnicas dentre outras irregularidades terão contribuído para aquilo que um comentador da televisão pública considerou "abstenção técnica.”
Todas as missões de observação internacional e nacional credenciadas para o efeito, incluindo a equipa conjunta das Igrejas Católica e Protestante, que fizeram contagem paralela dos votos, validaram os resultados eleitorais.
A par da União Europeia e dos Estados Unidos de América, que também reconheceram a vitória de Félix Tshisekedi, todos apelaram às autoridades da RDC para apurarem os incidentes como denúncias de irregularidades graves alegadamente ocorridas durante os três escrutínios.
-0- PANA JA/DD 21janeiro2024