Número de passageiros em voos domésticos aumenta 20% em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – Os voos domésticos em Cabo Verde movimentaram 8.230 passageiros, em junho, um aumento de 20 por cento face ao mês anterior, que foi o valor mensal mais baixo em quase um ano, apurou a PANA quarta-feira de fonte oficial.
De acordo com a Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde, entidade reguladora do setor da aviação no país, o mês de junho registou um movimento global de 16.460 passageiros em voos domésticos, em embarques e desembarques, nos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos do arquipélago.
Como cada passageiro é contado no embarque e no desembarque (aeroportos diferentes), trata-se de um movimento de 8.230 passageiros em voos domésticos, operados desde 17 de maio apenas pela angolana BestFly, em regime de concessão emergencial de seis meses atribuída pelo Governo cabo-verdiano.
Em termos homólogos, o movimento de junho de 2021, com cerca de 200 voos, compara com a ausência de ligações domésticas comerciais de abril até 15 de julho de 2020, medida adotada pelo Governo de Cabo Verde para travar a transmissão da covid-19.
Em julho de 2020, segundo a AAC, foram transportados pouco mais de 3.600 passageiros (em 15 dias), e desde então que o número tem vindo progressivamente a crescer mensalmente, até à queda registada em maio passado, para cerca de 6.800 passageiros, valor que compara com os mais de 9.500 passageiros movimentados no mês anterior (abril).
As ligações aéreas domésticas foram operadas até 16 de maio apenas pela Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) e depois dessa data somente pela angolana BestFly.
As várias semanas de incerteza sobre o futuro das ligações aéreas domésticas, pelo facto de, desde abril, a TICV não ter bilhetes à venda para voos depois de 16 de maio, condicionaram os voos internos naquele mês.
A suspensão da venda bilhetes resultou de um aparente diferendo com o Governo sobre a necessidade de apoios públicos devido às consequências e restrições provocadas pela pandemia da covid-19.
Em abril de 2019, antes das restrições e dos efeitos económicos da pandemia, também apenas com a TICV a operar as ligações internas, os voos domésticos em Cabo Verde envolveram praticamente 34.100 passageiros (68.199 movimentos).
Em março de 2020, ainda no início da pandemia em Cabo Verde, foram transportados cerca de 19.900 passageiros (total de 39.807 movimentos) em voos domésticos.
Entretanto, a empresa BestFly World Wide (do universo da BestFly Angola), comprou, no final de junho, 70 por cento do capital social da TICV aos espanhóis da Binter, ficando os restantes 30 por cento com o Estado cabo-verdiano, prevendo concentrar as ligações aéreas domésticas apenas na TICV, que não opera voos comerciais desde 16 de maio.
Enquanto isso, a TICV já anunciou que prevê retomar as ligações domésticas já nos próximos dias, com duas aeronaves e a realização de 800 voos, em agosto.
O objetivo da empresa é "começar a operar o mais cedo possível em agosto", coincidindo com a chegada ao arquipélago de uma segunda aeronave ATR72-600, para a operação.
Segundo fonte da TICV, a primeira aeronave ATR72-600 da BestFly Angola, que opera os voos domésticos desde 17 de maio, vai manter-se na operação, e integrar a sua frota, juntando-se a uma outra idêntica que é esperada, nos próximos dias.
Esta última será registada pelo grupo, em Cabo Verde, embora ambas com a marca gráfica BestFly, enquanto o grupo define uma nova "estratégia comercial" para a TICV.
"Com o segundo avião, prevemos pelo menos aumentar a capacidade de realizar voos em cerca de 40 por cento adicionais aos já anunciados 58 por cento, a partir de dia 02 de agosto", explicou a fonte, referindo-se aos 500 voos interilhas realizados pela BestFly, durante o mês de julho.
-0- PANA CS/IZ 04ago2021