Mali na quinta posição em matéria de mutilações genitais femininas em África, diz Governo
Bamako, Mali (PANA) – O Mali é o quinto país africano com a taxa de prevalência de excisão (mutilações genitais femininas) mais elevada, revelou quarta-feira em Bamako a ministra maliana da Promoção da Mulher, Criança e Família, Diakité Aissata Traoré.
Falando durante uma sessão de argumentação de alto nível sobre um anteprojeto de lei contra as Violências Baseadas no Género (VBG), a governante precisou que, aos 15 anos de idade, quase quatro mulheres em cada 10, ou seja 38 por cento das mulheres, sofreram violências físicas, principalmente exercidas por maridos ou parceiros atuais, em 65 por cento dos casos.
Segundo estatísticas, apenas no primeiro semestre de 2019, o número de casos de violências baseadas no género registados e tratados é avaliado em dois mil 767, dos quais 20 por cento de agressões sexuais, 17 por cento de violações sexuais, 24 por cento de violências físicas, oito por cento de casamento forçados, 17 por cento de violências emocionais e 14 por cento de negações de recursos.
Para o presidente da Comissão da Promoção da Mulher na Assembleia Nacional do Mali, Moussa Diarra, apenas uma lei pode atenuar o fenómeno.
A Assembleia Nacional está comprometida com a causa e espera com impaciência que este anteprojeto esteja na sua mesa para ser aprovado, garantiu.
Esta sessão é organizada pelo ministério da Promoção da Mulher, Criança e Família, em parceria com o Projeto Justiça, Prevenção, Reconciliação (JUPREC), a favor das mulheres, menores e outras vítimas da crise maliana.
Este projeto criado em 2015, para cinco anos, é financiado pelo Canadá com 20 milhões de dólares canadianos.
A sessão visa essencialmente preparar o anteprojeto de lei contra as Violências Baseadas no Género que constituem uma das formas de violações mais graves dos direitos fundamentais e mais cometidas no mundo.
-0- PANA GT/JSG/FK/DD 12dez2019