Cimeira sobre Paz na RD Congo vai decorrer no Burundi
Bujumbura, Burundi (PANA) - A Cimeira de Chefes de Estado e de Governo de vários cantos do continente africano, realizada terça-feira em Luanda, capital de Angola, aproveitou, entre outros aspectos, a próxima reunião do Burundi para harmonizar diferentes iniciativas que visam uma paz na República Democrática do Congo, soube-se na quarta-feira de uma fonte oficial.
O Chefe de Estado do Burundi, actual Presidente da Comunidade da África Oriental, participou no encontro em Luanda, ao lado dos seus homólogos da Comunidade da África Oriental (ECA), da Comunidade da África Central (ECAC), da Conferência Internacional dos Grandes Lagos Região (ICGLR) e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
A cimeira foi patrocinada pela União Africana e deu aos participantes a oportunidade de avaliar o andamento dos processos intercongoleses já em curso, como em Luanda e Nairobi, capital do Quénia, indicou a Rosine Guilaine Gatoni, Porta-voz do Chefe do Burundi de Estado, na rádio pública.
Segundo as mesmas fontes, o Presidente do Burundi defendeu a aceleração do processo de desmobilização do principal movimento rebelde congolês de 23 de Março de 2009 (M23, data da sua criação), bem como o seu aquartelamento e a sua adesão ao programa de desarmamento , desmobilização e reintegração (DDR).
Soube-se, ainda, que a nova Cimeira de Luanda saudou os esforços do Chefe de Estado do Burundi e Presidente do Acordo-Quadro em Addis Abeba, capital da Etiópia onde a paz e a segurança na RDC têm sido discutidas ultimamente.
A instabilidade persiste na RDC apesar da presença de forças armadas estrangeiras dominadas, principalmente por tropas quenianas, burundesas, ugandenses e da ONU.
O Governo congolês não esconde a sua decepção com a suposta letargia das forças estrangeiras já presentes no seu território e tem, nos últimos tempos, multiplicado os apelos à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para a ajudar a enfrentar a sua oposição armada.
A cimeira da SADC, realizada no início de Maio na Namíbia, acordou o envio de contingentes para a RDC onde várias forças militares regionais já presentes no terreno lutam para pôr fim às actividades de grupos armados locais e estrangeiros que desestabilizam o país.
Os geopolíticos regionais não escondem as suas preocupações perante a aproximação de novas eleições gerais na RDC onde os problemas crónicos de insegurança advêm, nomeadamente, da cobiça da sua cave reputada muito rica em vários minerais.
-0- PANA FB/JSG/MAR 28junho2023