Cimeira regional sobre RDC em Bujumbura
Bujumbura, Burundi (PANA) - Uma cimeira do mecanismo de acompanhamento do acordo-quadro de paz, segurança e cooperação para a República Democrática do Congo (RDC) iniciou-se sábado, em Bujumbura, soube a PANA de fonte oficial no local.
O encontro ocorre 10 anos depois da assinatura em Addis Abeba, na Etiópia, deste acordo por uma dezena de países da sub-região dos Grandes Lagos, e numa altura em que a RDC enfrenta uma nova rebelião armada no leste do seu território, segundo a mesma fonte.
Os chefes de Estado que honraram o convite do seu homólogo do Burundi, Evariste Ndayishimiye, são o congolês Félix Tshisekedi, o ugandês Yoweri Museveni, o centro-africano Faustin-Archange Touadéra e o sul-africano Cyrille Ramafosa.
O Rwanda, por sua vez, despachou o seu primeiro-ministro, Edouard Ngirente.
O país é acusado pelas autoridades congolesas de estar implicado no controverso apoio militar ao principal movimento rebelde congolês de 23 de Março de 2009 (M23).
Além disso, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, o presidente da Comissão da União Africana (CUA), Moussa Fakir, o ex-chefe do Estado do Quénia e atual facilitador da Comunidade da África Oriental na crise congolesa, Uhuru Kenyatta, está presente nesta cimeira em Bujumbura.
O fórum foi precedida por um Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros dos países signatários do Acordo Quadro de Paz e Cooperação para a RDC.
Os 11 países signatários do acordo são a África do Sul, Angola, o Burundi, o Uganda, a República Centro-Africana, a RDC, a República do Congo-Brazzaville, o Rwanda, o Sudão do Sul, a Tanzânia e a Zâmbia, aos quais se juntaram mais tarde, ou seja, em 2014, o Quénia e o Sudão.
A reunião ministerial destacou a necessidade de se revitalizar este acordo para que a RDC e a região dos Grandes Lagos africanos recuperem finalmente uma paz duradoura.
O enviado especial do SG da Organização das Nações Unidas (ONU) para a região, Huang Xia, denunciou, na abertura da reunião ministerial, "a intolerável insegurança e o sofrimento da população civil, na sequência das atividades militares do M23, das Forças Democráticas Aliadas (ADF, sigla em inglês) do Uganda, das Forças Democráticas para a Libertação da Rwanda (FDLR, rebelião) e a Resistência do Burundi pelo Estado de Direito (RED-Tabara, rebelião).
Estes grupos rebeldes utilizam o território congolês, provocando tensões entre alguns países da sub-região, principalmente entre o Rwanda e a República Democrática do Congo.
O diplomata da ONU deplorou novamente o aumento de discurso de ódio que incita à violência e alimenta tensões nesta sub-região.
-0- PANA FB/JSG/SOC/MAR/DD 06maio2023