Agência Panafricana de Notícias

Televisão líbia suspende programas em direto devido a agressões contra seus trabalhadores

Tripoli, Líbia (PANA) - A televisão pública líbia suspendeu quinta-feira a difusão dos seus programas em direto depois da greve dos seus trabalhadores para protestar contra as agressões repetitivas perpetradas pela unidade armada encarregue de proteger a sua sede.

Os trabalhadores iniciaram quinta-feira de manhã "uma greve ilimitada" devido a agressões repetitivas contra alguns dentre eles, cometidas pela unidade armada encarregue de proteger o edíficio da televisão nacional, causando a cessação dos programas em direto e de boletins de informação.

Eles exigem do Governo a substituição dos ex-rebeldes encarregues de proteger a sede da televisão por elementos das forças da ordem do Ministério do Interior ou do Exército.

A unidade denominada "Bachir Al-Saadawi" do Conselho Militar dos ex-rebeldes de Tripoli garante a segurança da sede da televisão desde o derrube do regime de Muamar Kadafi (líder líbio) e a queda da cidade capital, Tripoli, entre as mãos dos insurgentes em agosto de 2011.

Os trabalhadores afirmam ser vítimas de dissabores e de agressões por parte de elementos da unidade que não hesitam em espancá-los.

Os agressores ousam imiscuir-se no funcionamento da cadeia televisiva impondo programas a divulgar.

"Encontramos-nos hoje com o vice-primeiro-ministro, Abdel Salam Al-Kadi, para discutir com a unidade encarregue de proteger a sede da televisão nacional cuja maioria dos membros vêm dos ex-rebeldes de Tripoli. Estamos de acordo sobre a necessidade de se colocar a cadeia sob a autoridade do Estado e obter a garantia de que nenhuma força não se intrometerá no funcionamento e na execução dos programas do canal", indicou o diretor dos programas da mesma, Mohamed Al-Zantani".

As unidades armadas ocupam-se da gestão de algumas estruturas estatais, como aeroportos, pontos de passagem fronteiriços e prisões depois da libertação da Líbia em agosto de 2011 da tirania de Kdafi após 42 anos de poder absoluto, indica-se.

A Líbia está ainda sob o controlo destas unidadas armadas das quais algumas "são ilegais" nas sedes e estruturais sensíveis do Estado, apesar da existência paralela de serviços de Polícia e do Exército.

-0- PANA AD/IN/JSG/MAR/DD 05abril2013