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Cabo Verde adia entrada em funcionamento de Televisão Digital Terrestre

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo de Cabo Verde decidiu prorrogar o mandato da Comissão de Implementação Televisão Digital Terrestre (TDT) por incumprimento pelo arquipelágo do compromisso de cessar as emissões da televisão analógica o mais tardar até 17 de junho de 2015, anunciou à PANA uma fonte oficial.

O ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Démis Lobo Almeida, anunciou que o projeto de resolução que autoriza a prorrogação do mandato atribui à Comissão um prazo de 15 dias para apresentar o novo cronograma, a partir do qual será establecido um novo prazo para a de implementação da TDT no arquipélago.

“Não estamos muito atrasados”, reconheceu o governante, precisando que, no quadro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Cabo Verde vai na primeira posição relativamente às medidas já tomadas conducentes à implementação da TDT.

Segundo Démis Lobo Almeida, o cronograma, que será elaborado nas próximas semanas, vai estipular prazos para que o Governo possa tomar as medidas para a sua socialização.

Entretanto, o membro do Governo cabo-verdiano que tutela o setor da comunicação social esclareceu que haverá um período de convívio entre os dois sinais, ou seja, com a implementação da TDT, não haverá imediatamente um “apagão” do analógico, garantindo que este só desaparecerá quando houver garantias de que todos os Cabo-verdianos têm acesso aos sinais digitais.

Segundo o Démis Almeida, a Comissão de Implementação e Acompanhamento da transição do sistema de radiodifusão televisiva analógica para a TDT, ja concretizou, durante o seu mandato, uma série de atividades, nomeadamente a projeção da estrutura e plano de ação da mesma e a definição da estrutura da rede a implementar (estrutura do centro agregador, da rede de transporte e distribuição de sinais e dos centros emissores).

A comissão já procedeu igualmente à definição da estratégia para implementação da rede TDT, do logotipo da TDT, do Plano de Comunicação e à elaboração e aprovação dos dossiês dos concursos públicos internacionais e a homologação dos resultados.

Démis Almeida reconhece que será “um processo longo e complexo” e que a comissão tem ainda muitos desafios a ultrapassar antes da efetiva implementação da rede TDT.

Entre esses desafios, ele apontou “a completa substituição das emissões analógicas pelas digitais (switch off das emissões analógicas) e a continuação do processo de sensibilização e envolvimento da sociedade” no processo.

Ele explicou que o atraso na implementação da TDT “não se deve às ações da comissão porque o concurso internacional para aquisição de materiais e equipamentos de fusão e transporte para sinal analógico foi contestado”, o que acabou por fazer perder alguns meses e atrasar todo o processo.

A União Internacional das Telecomunicações (UIT), a União Africana (UA) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) fixaram para 17 de junho de 2015 a implementação da TDT em todos os países africanos.

-0- PANA CS/TON 27setembro2015