Agência Panafricana de Notícias

Jornalista ruandês libertado após 3 meses de prisão

Kigali- Ruanda (PANA) -- O jornalista ruandês Amani Ntakandi do bimensário "Rushyashya" publicado em Kigali obteve quarta-feira liberdade pela instância dos tribunais populares "Gacaca" de Mbazi (sul), depois de ter cumprido uma pena de três meses de prisão por ter coberto "ilegalmente" os trabalhos destas jurisdições.
Em Agosto passado, os juízes da jurisdição Gacaca de Mbazi condenaram o jornalista Ntakandi por tomar notas em plena sessão de julgamento.
Reagindo a este julgamento, a secretária executiva do Serviço Nacional das Jurisdições Gacaca (SNJG), Domitille Mukantaganzwa, revelou que o jornalista tinha o direito de interpor recurso junto duma instância das Gacaca além da de Mbazi, mas esta proposta permaneceu no impasse.
As juridiscções populares "Gacaca" julgaram cerca de um milhão e 461 mil e 372 processos de autores de genocídio que implicam 10 mil e 462 acusados, dos quais 483 classificados na primeira categoria dos principais planificadores do genocídio ruandês de 1994, segundo o balanço actualizado do SNJG.
Inspirados das antigas assembleias populares durante as quais os sábios da aldeia resolviam diferendos sentados na relva (Gacaca, em língua nacional kinyarwanda), estes tribunais dirigidos por magistrados não profissionais estão a meio caminho entre a justiça tradicional e a justiça convencional.