Agência Panafricana de Notícias

Adiado julgamento de opositora acusada de atentado à segurança de Estado no Rwanda

Kigali, Rwanda (PANA) – O advogado da defesa obteve o adiamento, até 20 de junho próximo, do julgamento dos presumíveis instigadores de atos terroristas no Rwanda, no quadro do qual comparece igualmente a líder das Forças Democráticas Unificadas (FDU- Inkingi), Victoire Ingabire Umuhoza, acusada de “virulência sectária” e “negacionismo” do genocídio”, soube-se segunda-feira de fonte judicial em Kigali.

Victoire Ingabire Umuhoza, cujo partido ainda não foi reconhecido, bem como três antigos oficiais rebeldes rwandeses, incluindo o coronel Tharcisse Nditurende, e seus companheiros de armas, o tenente-coronel Noël Habiyaremye e o major Vital Uwumuremyi, estão processados diante da Justiça rwandesa por cumplicidade em atos terroristas, incitação ao divisionismo e atentado à segurança do Estado, segundo um comunicado do tribunal rwandês a que a PANA teve acesso em Kigali.

O julgamento foi adiado para 20 de junho, porque o processo ainda não foi introduzido e examinado pelos juízes.

Falando segunda-feira em Kigali, um juiz do Alto Tribunal em Kigali diante do qual comparecem os quatro suspeitos, indicou que se os advogados dos acusados não se apresentarem no Tribunal na data fixada, o julgamento terá assim mesmo lugar com advogados imediatamente indicados.

Por seu turno, o porta-voz do Tribunal da República em Kigali, Alain Mukuralinda, declarou que o Ministério Público está disposto a introduzir o processo em “qualquer momento” logo que a defesa esteja pronta para iniciar o julgamento.

“A Constituição rwandesa garante à defesa qualquer liberdade de ter acesso a um julgamento rápido e equitativo”, declarou Mukuralinda.

Ingabire, que regressou de exílio em janeiro de 2010, foi presa pela primeira vez a 21 de abril do mesmo ano em Kigali, e perseguida pela Justiça rwandesa por « associação a um grupo terrorista, propagação de ideologia do genocídio, negacionismo (do genocídio) e divisionismo”.

Liberta após logo depois desta detenção e posta sob controlo judicial com interdição de sair de Kigali, ela foi detida algumas semanas mais tarde, acusada nomeadamente de associação com os rebeldes Hutu (tribo maioritária) rwandês das Forças Democráticas de Libertação do Rwanda (FDLR) sediadas no leste da RD Congo.

-0- PANA TWA/TBM/SOC/MAR/DD 17maio2011