Presidente sul-africano pede reconciliação racial
Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) - O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, defendeu nesta segunda-feira a sua decisão de nomear um Sul-Africano branco para dirigir a empresa nacional de eletricidade, que está sobrecarregada com uma dívida de vários biliões de dólares, como um ato de "reconciliação racial".
A nomeação de Andre de Ruyter como novo presidente diretor-geral da Eskom, na semana passada, foi criticada por alguns sindicatos, grupos de pressão e partidos da oposição.
Ramaphosa disse que o seu Governo continua comprometido com os princípios do antirracialismo e da transformação, antes de pedir aos Sul-Africanos que adotem o verdadeiro espírito antirracialista, sem abandonar a necessidade de obter reparação para aqueles que historicamente foram excluídos pela discriminação que existia no passado.
Ele ressaltou que os homens brancos não devem ser excluídos de cargos de liderança no país, embora deva haver um compromisso de nomear mais homens e mulheres negros para cargos de responsabilidade nos setores público e privado.
Segundo ele, a sua discussão na semana passada com os funcionários do Black Business Council focou-se em "questões de transformação" no contexto da nomeação na direção da Eskom.
"Aproveitei a oportunidade para os informar do compromisso do Governo com a transformação e o antirracismo. Talvez o mais importante de todos os nossos sucessos desde o advento da democracia em 1994 seja o nosso firme compromisso com a transformação e o antirracialismo", disse.
Para Ramaphosa, as pessoas estão relutantes em aceitar que "os Africanos, os Brancos, os Indianos e os Mestiços têm todos o mesmo direito de ter um lugar à mesa da nossa sociedade".
"O país não deve deixar-se arrastar por este caminho negro. Vimos em outras partes do Mundo as consequências de formas estreitas de nacionalismo baseado na raça ou na etnia. Esta não é a sociedade que queremos para os nossos filhos”, afirmou.
O presidente pediu igualmente aos Sul-Africanos que se considerassem iguais e que superassem os seus preconceitos com base na cor da pele.
"De acordo com Martin Luther King Jnr,'devemos aprender a viver juntos como irmãos (e irmãs) ou morreremos todos juntos como idiotas'", acrescentou.
-0- PANA CU/MA/NFB/JSG/CJB/IZ 25nov2019