África caminha mal para acabar com fome, alerta comissária
Lusaka,Zâmbia – O continente africano está a caminhar em direção errada para acabar com a fome e alcançar a segurança nutricional, tendo em conta o aumento do número elevado de pessoas famintas, desde 2014, soube a PANA de fonte oficial.
O alerta foi dado pela comissária da Comissão da União Africana (CUA) para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Correia Sacko, em Lusaka, na Zambia, durante as comemorações do 14.º Dia de África para a Segurança Alimentar e Nutricional (ADFNS, sigla em inglês).
Durante este evento que coincidiu com a 19.ª Plataforma de Parceria do CAAD PP (Programa Abrangente de Desenvolvimento Agrícola Plataforma de Parceria, a diplomata angolana revelou que a crise alimentar, que afeta o continente, atingiu mais de 280 pessoas.
O que, a seu ver, constiui “um alarme de viragem, visto que África continua a ser a região mais atingida pela fome do que o dobro da média global.
Cerca de 20 por cento da população da região passava fome em 2022, em comparação com 8,5 por cento na Ásia e 6,5 por cento na América Latina e nas Caraibas, sustentou.
De acordo com Josefa Sacko, o problema da fome e da desnutrição é complexo, e o aumento fragmentado da produção e da produtividade por meio de métodos convencionais não o pode resolver.
“Precisamos de encontrar e aplicar as ferramentas certas para corrigirmos sistematicamente as ineficiências em sistemas alimentares inteiros. Precisamos de soluções inovadoras e revolucionárias”, defendeu.
Reconheceu que o progresso feito na implementação do CAAD PP é uma estrutura política criada para a transformação agrícola, a criação de riqueza, segurança alimentar e nutricional, o crescimento económico e a prosperidade.
“A Declaração de Malabo (emitida em 2014 na Guiné-Equatorial) da União Africana ((UA) é encorajadora. Apesar dos contratempos, podemos vencer a batalha contra os múltiplos choques que afetam negativamente a agricultura e os sistemas alimentares de África se intensificarmos os nossos esforços, usarmos as melhores evidências disponíveis e trabalharmos em parceria, aproveitando as capacidades uns dos outros”, frisou.
Neste contexto para minimizar a crise atual da segurança alimentar e nutritional, a UA está agilizar um plano decenal para a avaliar criticamente as lições aprendidas em duas décadas de desenvolvimento do CAAD PP e identificar estratégias para intensificar e acelerar a implementação deste empreendimento nos próximos anos.
“A criação de um ambiente propício para garantir o fornecimento confiável de alimentos seguros e nutritivos, não tem substituto se quisermos implementar efetivamente a zona livre de comércio livre de África. Não se deve negar aos nossos pequenos agricultores a oportunidade de se conecarem a oportunidades de mercado ampliadas, inclusive exportações, para que possam sair do ciclo da pobreza”, preconizou.
Segunda ela, para satisfazer tal desiderato, o continente introduziu a Implementação dos Agro-Parques Comuns da África (CAAPs) para impulsionar a aceleração da Zona de Livre Comércio do Continente Africano (AfCFTA, sigla em inglês) e promover a agroindustrialização e a integração continental que será um dos principais projetos do segundo plano de implementação decenal da Agenda 2023.
Concluindo, a comissária disse esperar que as trocas de informações permita compartilhar lições e práticas recomendáveis e deva ajudar na superação dos desafios que a agricultura e os sistemas alimentares africanos enfrentam.
Este ano de 2023, o Dia de África da Segurança Alimentar e Nutricional comemora-se num contexto de aceleração da implementação do Acordo da AfCFTA num contexto dos compromissos do CAAD PP para dietas mais seguras e saudáveis .
-0- PANA JF/DD 6novembro2023