Sindicato exige encerramento de escolas devido ao agravamento da covid-19 em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Sindicato Democrático dos Professores (SINDPROF) de Cabo Verde exigiu quinta-feira o encerramento das escolas, no arquipélago, devido ao agravamento dos casos da covid-19, no último mês.
Numa nota postada na sua conta Facebook, o SINDPROF defende igualmente a vacinação dos professores, justificando que grande parte dos docentes têm vários de problemas de saúde.
“Ontem, 06 de maio foi o dia com mais casos registados, 417 em todo o país, com grande destaque para a cidade da Praia, que continua a ser a cidade com mais casos e mais mortos registados”, constata o sindicato, alertando que “os casos da covid-19 nas escolas são uma realidade” e que os números não param de crescer.
A nota acrescenta que as informações de que o SINDPROF dispõe dão conta de que “são várias as escolas no país, em particular na Praia, onde há um grande registo de infeções”.
Nesse sentido, o SINDPROF apela às delegações escolares no sentido de reverem a situação, juntamente com as autoridades sanitárias, alertando que muitos professores são de alto risco, assim como a possibilidade de transmissão comunitária do vírus se torna "mais frequente a partir dos alunos".
“Voltamos a repetir, temos, neste momento, vários professores e alunos infetados. Por isso, como temos vindo a defender, a vida está em primeiro lugar. É preciso agirmos antes que seja tarde! Sejamos todos responsáveis”, reiterou.
O sindicato recorda ainda que no ano passado tinha debatido o assunto e que, apesar das críticas, depois verificou-se que foi uma medida que ajudou “imensamente” na diminuição dos casos da covid-19.
“Outrossim, defendemos que já é hora de pensar na vacinação dos nossos professores. Grande parte dos professores acarreta sérios problemas de saúde, estando, também, neste momento, em perigo, já que trabalham com dezenas de alunos numa turma”, anota.
Por fim, e na sequência daquilo da última comunicação do Presidente da República, o SINDPROF pede a intervenção de Jorge Carlos Fonseca “no sentido de serem encerradas as escolas e podermos assim evitar o aumento de mais casos, como se tem verificado”.
Cabo Verde tem registado valores máximos diários de novos infetados consecutivos desde 31 de março, praticamente todos os dias acima de 150, muito acima do máximo anterior de 159 novos casos, de 11 de outubro de 2020.
Face ao agravar da pandemia, o Governo voltou a decretar, em 30 de abril, a situação de calamidade em todas as ilhas, exceto na ilha da Brava, para 30 dias, agravando medidas de limitação de atividades com aglomerações de pessoas.
O Presidente da República disse, quarta-feira, que não descarta a possibilidade de o país voltar ao Estado de Emergência, como forma de combater a propagação do vírus da covid-19, mas que, por ora, defende o reforço da fiscalização como melhor medida.
Jorge Carlos Fonseca falava aos jornalistas após a sua participação virtual na primeira cimeira de negócios da CPLP, a decorrer em Malabo, capital da Guiné-Conakry.
Ele frisou que o Estado de Emergência é uma possibilidade excecional que só pode ser utilizada em último recurso, até porque, salientou, não defende o uso prolongado do Estado de restrições de direitos.
Contudo, reconheceu que há certos tipos de medidas restritivas que só podem ser tomadas respeitando a Constituição da República, num quadro de Estado de Emergência.
“A minha posição seria ver como é que as coisas vão desenrolar-se num curto prazo. Vamos ver os números nos próximos tempos. evidentemente que os números não diminuem em poucos dias.
"Vamos dar uns dias e ver se a situação de calamidade e a fiscalização que está a ser feita se traduzem em resultados. Mas como Presidente da República, nunca direi Estado de Emergência nunca mais”, precisou.
-0- PANA CS/IZ 06maio2021