Doenças do aparelho circulatório são maior causa da morte em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – A maior causa da morte em Cabo Verde, de 1995 a 2018, são doenças do aparelho circulatório, com maior peso em mulheres da faixa etária dos 50 aos 55 anos, informou o Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP).
Com base em resultados de estudos científicos realizados pelo INSP, a instituição alerta para problemas de saúde dos Cabo-verdianos e o respetivo sistema, alinhando-se também com a agenda nacional de investigação em saúde referente ao período 2020-2024.
O documento concluiu que “as doenças do aparelho circulatório são principais responsáveis por anos de vida perdidos nas mulheres e que, nos homens, são lesões, o traumatismo e causas externas.”
O mesmo destaca que a taxa de mortalidade nos homens é superior à taxa de mortalidade nas mulheres, em todas as causas analisadas.
Os resultados dos estudos evidenciaram uma “disparidade nas taxas de mortalidade entre as mulheres e os homens, estando a primeira taxa de mortalidade na faixa dos 50 a 55 anos, nivelado à dos homens na faixa dos 35 a 39, o que demonstra um elevado nível de mortalidade prematura nos homens”, lamentou.
No entanto, a mesma fonte sublinha que houve uma evolução “bastante positiva” no que concerne ao diagnóstico das causas da morte, visto que, prosseguiu, se constatou uma redução de aproximadamente 72 por cento da taxa de mortalidade por sintomas clínicos não classificados, de 1995-2018.
O INSP indicou, ainda, que as ilhas apresentam perfis de mortalidade diferentes e que, quando comparadas à taxa de mortalidade de Cabo Verde, São Nicolau, Brava e Santo Antão apresentam taxas sempre acima do nível nacional.
Contudo, a fonte prevê uma diminuição das taxas de mortalidade em Cabo Verde nos próximos anos em ambos os sexos, sendo maior no sexo masculino, principalmente nas faixas etárias de zero a quatro anos.
Segundo a presidente do INSP, Maria da Luz Lima, a investigação é um eixo “fundamental” para o desenvolvimento de qualquer país, sendo que, frisou, é na investigação em saúde que os políticos devem apostar para se poder fazer uma política baseada em evidências.
“A política baseada em evidências é que vai trazer os melhores ganhos que o país almeja na área da saúde”, frisou.
O INSP, disse Maria Lima, é precisamente para gerir, desenvolver e disseminar conhecimentos sobre a saúde e seus determinantes.
Por isso, há necessidade de se promover a investigação em saúde em Cabo Verde, acrescentou.
Os estudos ora apresentados vão ser, segundo a responsável, subsídios muito importantes para a tomada de decisões nas áreas em que os mesmos foram implementados.
A outra missão, avançou, é a comunicação do risco, mas também a promoção da saúde numa ótica multissetorial e pluridisciplinar.
“Portanto, tem que haver uma visão alargada, abrangendo a instância nacional de coordenação no âmbito de uma só saúde (saúde humana, saúde animal e ambiental), a multissectorialidade com outros setores, como a educação e a economia, para que realmente possamos promover uma investigação científica de qualidade e que seja útil para as exigências do país e que responda às necessidades enfrentadas neste momento”, informou Maria Lima.
A presidente realçou que, em relação à pandemia, o INSP já está no processo de finalização do segundo estudo no âmbito de conhecimentos, atitudes e práticas relacionados com a covid-19, mas numa ótica mais abrangente.
-0- PANA CS/DD 23out2020