Cabo Verde assina acordo para evitar interrupção de voos aéreos domésticos
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo e a companhia aérea Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) decidiram assinar esta sexta-feira um contrato de “concessão emergencial” de serviços de transportes aéreos domésticos que estavam ameaçados de suspensão, a partir da próxima segunda-feira, 16.
Os voos interilhas, em Cabo Verde, corriam o risco de ficar suspensos, uma vez que a TICV, a única empresa que assegura essas ligações, continuava a não disponibilizar bilhetes para qualquer destino, a partir de segunda-feira.
A transportadora vinha mantendo a oferta de voos apenas até domingo, 16 de maio, e todas as ligações e datas posteriores permaneciam indisponíveis, tal como há várias semanas, inviabilizando a compra de bilhetes através do site da empresa ou pelas agências de viagens.
Este cenário sucede à indisponibilidade de bilhetes, em março, para voos em abril, e depois em maio, neste caso apenas até 16 de maio.
Contudo, a situação nunca envolveu um prazo tão curto, o que, segundo fontes do setor, arriscava inviabilizar os voos já a partir da próxima semana, por não haver bilhetes à venda.
No final de abril, quando já era conhecida a indisponibilidade de bilhetes à venda para maio, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reconheceu a situação difícil por que passa a companhia, mas garantiu que o Governo não vai deixar "em nenhuma circunstância" que Cabo Verde tenha problemas com voos internos.
"Os voos domésticos são fundamentais para a unificação do mercado nacional e para circulação e mobilidade das pessoas, portanto, a companhia tem que assegurar os voos", disse o primeiro-ministro.
Entretanto, a Associação das Agências de Viagens e Turismo (AAVT) de Cabo Verde, em comunicado divulgado em 27 de abril, mostrou-se preocupada pela indisponibilidade de voos domésticos, a partir de 16 de maio e pediu a intervenção do Governo.
"A AAVT vem através desta manifestar publicamente a enorme preocupação entre os nossos associados face à notícia de que os voos interilhas só estão garantidos até ao próximo dia 16 de maio", alertou a associação, após vários diálogos com a única companhia aérea responsável pelos voos domésticos e o Governo.
A agremiação empresarial disse já na altura tratar-se de uma "situação grave" e que coloca em causa não só a estabilidade e capacidade de planeamento das agências de viagens e turismo nacionais, como o planeamento dos próprios operadores internacionais.
"Sobretudo, no que tange aos passageiros emigrantes e turistas que queiram visitar diferentes pontos do país e que, por causa dessa indefinição na programação dos voos interilhas, certamente, ver-se-ão na inevitabilidade de adiar as suas viagens a Cabo Verde", lamentou.
Na nota assinada pelo presidente, Mário Sanches, a AAVT considerou que esta indefinição acontece numa altura em que o país precisa de voos e de passageiros a circularem para e pelas ilhas "como de pão para a boca".
De acordo com uma fonte citada pela agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), este contrato entre o Governo e a TICV vai servir para normalizar a situação de ausência de voos no mercado doméstico.
-0- PANA CS/IZ 14mai2021