União Africana condena atos de violência na Nigéria
Addis-Abeba, Etiópia (PANA) - O presidente da Comissão da União Africana (CUA), Moussa Faki Mahamat, condenou com firmeza a violência que eclodiu terça-feira última durante uma manifestação, em Lagos (Nigéria), contra uma unidade de Polícia, com um balanço de vários mortos e feridos, soube a PANA de fonte segura.
Num comunicado publicado quarta-feira, a porta-voz da CUA, Ebba Kalondo, apelou a todos os atores sociais para "rejeitarem o uso da violência e respeitarem os direitos humanos e o Estado de Direito.”
Mahamat apelou, além disso, a todas as partes para priorizarem o diálogo a fim de apaziguar a situação e encontrar reformas concretas e duradouras.
Considerou a decisão do Governo Federal de dissolver a Brigada Especial de Repressão dos Roubos (SARS) como "um progresso importante na boa direção."
O presidente da CUA reafirma a determinação da UA a continuar a acompanhar o Governo e o povo da Nigéria com vista a uma solução pacífica.
Encoraja as autoridades nigerianas a abrirem um inquérito para que os autores dos atos de violência respondam por isso, lê-se na nota.
Mahamat apresentou as suas sentidas condolências às famílias enlutadas, desejando rápidas melhoras aos feridos.
Segundo a Amnistia Internacional (AI), pelo menos 12 manifestantes pacíficos foram mortos terça-feira última em duas localidades do Estado de Lagos, a capital económica da Nigéria, por elementos do Exército e da Polícia.
A AI declarou, num comunicado publicado quarta-feira última, que estes homicídios tinham sido cometidos em Lekki e Alausa, onde vários milhares de pessoas se manifestavam contra abusos policiais no quadro dum movimento que reclama pela supressão da SARS.
A Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) exortou quarta-feira as forças de segurança nigerianas a demonstrarem moderação e agirem com profissionalismo na gestão das manifestações contra a SARS.
Por sua vez, o presidente da Comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, disse acompanhar, com preocupação, as manifestações da juventude nigeriana que reclama pela reforma da política, em particular a supressão da SARS, acusada de má conduta, e que se tornaram violentas.
"A Comissão da CEDEAO reconhece o direito dos cidadãos à liberdade de expressão e mobilização pacífica, mas afirma também que estes devem exercer-se de forma pacífica”, prossegue o comunicado.
Apelou a todos manifestantes para ficarem pacíficos na realização das suas manifestações.
A Comissão encoraja as autoridades nigerianas a abrirem rapidamente um inquérito sobre estes homicídios.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, disse, num comunicado publicado pelo seu porta-voz, condenar “a escalada violenta, a 20 de outubro corrente, em Lagos, que causou vários mortos e feridos.”
Por sua vez, o Governo prometeu proceder a outras reformas da Polícia e melhorar a responsabilização dos serviços policiais.
Por sua vez, o Presidente em exercício da CEDEAO e chefe de Estado do Gana, Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, apelou ao Governo e aos manifestantes nigerianos, do movimento #EndSARS, para utilizarem o diálogo a fim de saírem do impasse.
A propósito, ele disse ter falado com o seu homólogo nigeriano, Muhammadu Buhari, que, afirmou, comprometeu-se a ajudar a resolver a crise em curso no seu país.
-0- PANA MA/NFB/TBM/FK/DD 22out2020