ONG tunisina denuncia agressões racistas contra trabalhadores subsarianos
Túnis, Tunísia (PANA) - O Fórum Tunisino dos Direitos Económicos e Sociais condenou com veemência as agressões racistas de que são vítimas trabalhadores subsarianos, na província de Sousse (140 quilómetros a sudeste de Túnis), apelando para sancionar os autores destes atos.
Num comunicado publicado este domingo, o Fórum denunciou o ressurgimento destas diferentes agressões e violações e a ausência duma vontade política para proteger os migrantes que vivem em condições demasiado precárias.
A Organização não Governamental (ONG) insistiu na necessidade de aplicar algumas leis (da luta contra o racismo e o tráfico de seres humanos) e lançar uma larga campanha para regularizar os migrantes ilegais na Tunísia.
Um vídeo que mostra disputas entre um empregador tunisino e trabalhadores subsarianos que exigiam o pagamento dos seus salários em que o empregador tentou agredir os operários, foi largamente compartilhado nas redes sociais.
O Estado tunisino é acusado de lentidões na aplicação da lei que criminaliza o racismo, embora a Tunísia seja considerada como o primeiro país árabe a ter adotado uma lei contra a discriminação racial.
Um estudo do Fórum Tunisino dos Direitos Económicos e Sociais revelou as práticas racistas dos Tunisinos, indicando que 51,1 por cento dos subsarianos interrogados afirmaram terem sido vítimas de racismo e ódio por parte de tunisinos, como insultos e agressões corporais
Estes atos racistas foram cometidos em 87,2 por cento por cidadãos tunisinos, taxistas em 56,8 por cento e lojistas (três porcento), precisou o estudo.
Os migrantes são igualmente vítimas de discriminação institucional, cometida por entidades e estruturas estatais, incluindo esquadras da Polícia (9,6 por cento), escritórios de receção (6,6 por cento) além das práticas racistas das estruturas privadas (5,5 por cento) e empregadores (cinco por cento).
-0- PANA YY/IN/TBM/FK/IZ 20set2020