TACV retoma voos ainda em dezembro, diz Governo cabo-verdiano
Praia, Cabo Verde (PANA) - O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, assegurou quinta-feira já estarem criadas as condições para que a companhia aérea cabo-verdiana (TACV) possa retomar as operações ainda em dezembro corrente, na rota Praia-Lisboa (Portugal).
O governante falava a jornalistas, na cidade da Praia, no âmbito do lançamento da campanha de vacinação para menores dos 12 aos 17 anos.
Garantiu também que a retomada dos voos da companhia aérea de bandeira renacionalizada, em julho último, e que não opera voos comerciais, desde março de 2020, devido à pandemia da covid-19, será feita "com sustentabilidade e continuidade."
De acordo com Ulisses Correia e Silva, à medida que se vai solidificando a situação da empresa, a TACV vai voar para outras rotas, nomeadamente para Boston, no Estados Unidos.
Quarta-feira última, em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), a presidente do Conselho de Administração da Cabo Verde Airlines, Sara Pires, disse que a companhia já está certificada pela Agência de Aviação Civil (AAC) do país, pelo que, frisou, está autorizada a retomar os voos, mas também sem determinar um dia.
A gestora anunciou que a operadora vai começar a funcionar com um aparelho Boeing-757-200 em regime de "wet leasing" (aluguer), em que o proprietário do avião garante a tripulação, assim como o seguro, mas garantiu que, até março, deverá ter a tripulação cabo-verdiana.
Anteriormente, o Governo tinha apontado a retomada dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) para o primeiro trimestre de 2022.
Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51 por cento da TACV por 1.300.000 euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70 por cento pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair).
Este último ficou com 36 por cento da Cabo Verde Airlines (nome comercial da companhia), enquanto 30 por cento ficaram com empresários islandeses com experiência no setor da aviação e que assumiram os restantes 15 por cento da quota de 51 oor cento privatizada.
A companhia, em que o Estado cabo-verdiano mantinha uma posição de 39 por cento (além de 10 por cento para trabalhadores e emigrantes), concentrou então a atividade nos voos internacionais a partir do 'hub' (plataforma) do Sal, deixando os voos domésticos.
O Estado cabo-verdiano assumiu, a 06 de julho último, a posição de 51 por cento na TACV, alegando vários incumprimentos na gestão e dissolvendo de imediato os corpos sociais.
A 26 de novembro último, a Loftleidir Cabo Verde anunciou ter dado início a um processo arbitral contra o Estado cabo-verdiano, alegando "violação dos acordos celebrados entre as partes", face à renacionalização da companhia aérea de bandeira, TACV.
O grupo de origem islandesa esclareceu que o processo arbitral decorre junto doTribunal Arbitral International de Paris, garantido que a Loftleidir Cabo Verde já tinha rejeitado todas as acusações de incumprimento contratual alegadas pelo Estado cabo-verdiano.
-0- PANA CS/DD 17dez2021