Taxa de prevalência do VIH em mulheres aumenta 0,4 por cento em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – Os dados do III Inquérito Demográfico e de Saúde Reprodutiva indicam que a taxa de prevalência do VIH nas mulheres em Cabo Verde aumentou em 0,4 por cento, sendo agora de 0,7 por cento, apesar da prevalência a nível do país ter diminuído de 0,8 por cento para 0,6 por cento.
Em declarações à agencia cabo-verdiana de noticias (Inforpress), a propósito do Dia Mundial de Luta contra a Sida, que se assinala a 01 de dezembro, a secretária executiva do Comité de Coordenação do Combate à Sida (CCS/Sida), Celina Ferreira, alerta para a necessidade de uma maior intervenção junto desta camada populacional, uma vez que, segundo ela, as mulheres afetadas são as que vivem em condições económicas de muita “vulnerabilidade”.
“Daí a nossa preocupação em realizar várias intervenções no sentido de minimizar os seus problemas e torná-las mais ativas e integradas na resposta ao VIH/Sida”, disse.
Indicou que o CCS/Sida vem trabalhando com a rede de parceiros e estruturas públicas, promovendo atividades de esclarecimento e de conhecimento direcionadas às mulheres.
Segundo Celina Ferreira, o CCS/Sida está a trabalhar também junto de pares de educadores que intervêm, sobretudo nas ilhas, com maior prevalência, no sentido de desenvolverem ações que visam aumentar conhecimentos, e meios de prevenção e de acesso a serviços do VIH/Sida.
A secretaria executiva do CCS/Sida considera que, face a este aumento, é necessária uma maior atenção para a prevenção, no diagnóstico e tratamento da população feminina.
“Em qualquer centro de saúde do país há tratamento disponível e gratuito para todos quanto necessitam, assim como uma equipa multifacética para atender utentes com qualidade”, prosseguiu, sublinhando que, nas comunidades, existem ações de sensibilização para que as pessoas possam dirigir-se aos centros de saúde para o efeito.
Visto que Cabo Verde é um meio pequeno, onde a existência de estigmas e da discriminação das pessoas infetadas pelo VIH são ainda grandes, pelo que o CCS/Sida tem pautado por desencadear programas de informação que habilitam as pessoas no tocante aos seus direitos.
Celina Ferreira considera, no entanto, que a situação no país “é satisfatória com ganhos significativos” tanto na prevenção, despistagem, segurança transfusional, acesso ao tratamento antirretroviral, ambiente legal e apoio psicossocial.
Em Cabo Verde, a prevalência do VIH na população geral diminuiu, passando de 0,8 por cento para 0,6 por cento, sendo que nos homens passou de 1,1 por cento para 0,4 por cento e nas mulheres de 0,4 por cento para 0,7 por cento, segundo o II e III IDSR.
Na população como os usuários de drogas, as profissionais de sexo, os homens que fazem sexo com outros homens, e pessoas com deficiência, segundo dados, observa-se uma prevalência que vai de duas a seis vezes maior do que na população geral.
No país são diagnosticados, anualmente, uma média de 300 novos casos de VIH, dos quais cerca de 16 mil fazem testes de VIH através de estratégicas fixa e móvel, mais de dois mil 600 pessoas qie vivem com VIH beneficiam de um seguimento regular por parte dos serviços de saúde, dos quais dois mil 500 estão em fila ativa de tratamento antiretroviral.
O III IDSR indica que 100 por cento das grávidas seropositivas têm acesso a um tratamento antirretroviral, o que, frisou, permite que o país esteja na meta de eliminação, almejando a certificação de eliminação do VHI de mãe/filho em 2020.
Nas vésperas da celebração do Dia Mundial de Luta contra a Sida, que se comemora sobre o lema “Comunidades, faz a diferença”, Celina Ferreira defende "um compromisso forte de todos para que juntos o país possa atingir a eliminação e pôr fim a epidemia."
-0- PANA CS/DD 30nov2019