Cabo Verde defende acesso rápido de África às vacinas contra covid-19
Praia, Cabo Verde (PANA) - O chefe de Estado cabo-verdiano defendeu terça-feira o "acesso universal, equitativo e rápido" dos países africanos às vacinas contra a covid-19, bem como aos equipamentos de proteção individual e produtos médicos.
O Presidente Jorge Carlos Fonseca falava na sua mensagem a propósito do Dia de África, que se assinala a 25 de maio.
Para que se cumpram esses objetivos, Fonseca considera necessário "que os países africanos continuem a trabalhar, conjuntamente, para que nenhum deles seja deixado para trás, no que respeita à imunização da sua população e à retoma da economia".
Jorge Carlos Fonseca recordou que, pelo segundo ano consecutivo, o Dia de África é assinalado "em circunstâncias muito especiais", devido à crise provocada pela pandemia da covid-19, que "inesperadamente e com grande intensidade veio desestabilizar e desestruturar os padrões essenciais da existência e do funcionamento das sociedades".
"Acentuando ou criando novas formas de precariedade, com elevados custos sociais e económicos para todas as nações, revertendo progressos no desenvolvimento humano e ampliando desigualdades entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento, mormente os do nosso continente", afirmou.
O chefe de Estado acrescentou que, desde março de 2020, tal como acontece em outros continentes, "África tem sido negativamente afetada pelas múltiplas consequências da pandemia da covid-19, em todas as áreas de esforço humano".
De acordo com Jorge Carlos Fonseca, os países africanos precisam agir em relação aos impactos socioeconómicos mais vastos da pandemia e alargar a sua ação a outras áreas como os efeitos das calamidades naturais e das alterações climáticas, pobreza e fome endémicas, desemprego, desigualdades sociais, falta de água potável, abrigo e saneamento adequados, bairros de lata urbanos e assentamentos informais, bem como a insegurança alimentar".
Sublinhou que o Dia de África, "além de ser um momento festivo", é de reflexão sobre os desafios que se colocam "e para os quais importa encontrar soluções comuns, eficazes e articuladas, com vista a um desenvolvimento económico e social inclusivo para todos os países e povos africanos".
O estadista afirmou igualmente que "não obstante o agravamento geral da situação económico-social no continente", devido à pandemia, não tem dúvidas "que África está cada vez mais a impulsionar o seu próprio futuro".
Segundo ele, este impulso está a realizar-se através da visão orientadora do continente para o desenvolvimento, a Agenda 2063 da União Africana e da Agenda 2030 das Nações Unidas, para o Desenvolvimento Sustentável.
O Presidente cabo-verdiano saudou ainda, como exemplo do caminho para o desenvolvimento no continente, a entrada em vigor do Acordo sobre a Zona de Comércio Livre Continental Africana, representando um dos maiores mercados do mundo.
Fonseca disse acreditar que esse mercado tem potencial para impulsionar a integração regional, o crescimento económico, gerar empregos, aliviar a pobreza e levar a sociedades mais estáveis e pacíficas".
O Dia de África foi instituído para assinalar a criação, em 1963, da Organização de Unidade Africana (OUA), atualmente União Africana (UA).
-0- PANA CS/IZ 25maio2021