Rwanda denuncia "forças negativas" desestabilizadoras
Kigali, Rwanda (PANA) – O Presidente rwandês, Paul Kagamé, ameaçou tomar "medidas firmes” contra a presença de presumíveis “forças negativas” que tentam alegadamente perigar a segurança do Rwanda e desestabilizar o país.
Falando durante uma visita ao distrito de Burera, no norte do Rwanda, perto da fronteira com o Uganda, o Presidente Kagamé disse que as organizações negativas "atuam a partir de países vizinhos para minar a segurança no Rwanda".
"Estamos ao corrente da infiltração de forças negativas entre a população local para minar a segurança nacional, mas garanto-vos que vocês não serão poupados se vocês decidirem trabalhar com eles”, disse Kagamé aos habitantes do distrito de Burera.
As suas declarações inscrevem-se num contexto de tensão entre o Rwanda e o Uganda depois de Kigali acusar abertamente Kampala de apoiar os dissidentes e grupos rebeldes hostis ao Governo rwandês.
Em março passado, Kagamé revelou, durante o Fórum África CEO organizado, em Kigali, que uma centena de pessoas oriundas do Rwanda estão presas nas cadeias ugandesas há vários anos, sem julgamento.
Kigali também acusa o Uganda de apoiar grupos armados e organizações terroristas hostis ao Rwanda dos quais o Congresso Nacional Rwandês (RNC, sigla em inglês), as Forças Democráticas de Libertação do Rwanda (FDLR) e outros grupos que, segundo ele, são apoiados e encorajados nas suas atividades subversivas, nomeadamente o recrutamento, por oficiais e instituições, em Kampala.
Além disso, as autoridades rwandesas afirmam que o RNC lançado por Kayumba Nyamwasa, ex-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas do Rwanda, "comunica com ugandeses e dá-lhes instruções em relação à detenção de cidadãos rwandeses”.
Em março último, o Rwanda emitiu uma proibição de saída aos seus cidadãos, desaconselhando-o viajar para o Uganda onde eles poderiam alegadamente ser objeto de detenções ilegais, tortura ou extradição.
-0- PANA TWA/AR/NFB/BEH/FK/IZ 09maio2019