72 por cento da população cabo-verdiana com acesso à rede pública de distribuição de água
Praia, Cabo Verde (PANA) – O presidente da Agência Nacional da Água e Saneamento (ANAS) de Cabo Verde, Miguel Moura, revelou, segunda-feira última que 72 por cento da população cabo-verdiana estão ligados à rede pública de distribuição de água.
Em declarações à imprensa, à margem do webinar, realizado no Ministério da Agricultura e Ambiente, em comemoração ao Dia Mundial da Água, assinalado anualmente a 22 de março, Miguel Moura destacou a importância da água e a necessidade da sua valorização.
Sustentou que, num país como Cabo Verde, onde há falta de chuvas e a redução da pressão das fontes naturais de água são frequentes, a sua mobilização está cada vez “mais cara.”
O presidente da ANAS salientou os ganhos alcançados ao longo dos anos relativamente à problemática da água e às medidas adotadas pelos sucessivos governos.
Frisou no entanto que falta ainda muito por fazer, tendo em conta que, frisou, o arquipélago tem traçado a meta de alcançar o “objetivo 6” do Desenvolvimento Sustentável.
“Neste momento, garantimos que 72 por cento das casas dos agregados familiares têm acesso à água segura através de uma rede. Temos o restante para concluir e os investimentos que estão na forja visam, exatamente, massificar e universalizar o acesso à água através da rede e, lá onde não seja possível, nós tornamos a vida mais fácil para as pessoas que não tenham possibilidade de ter água em casa”, afirmou.
Miguel Moura lembrou que os últimos dados indicavam que cerca de 66 por cento da população cabo-verdiana tinham acesso à rede pública de distribuição de água.
Ele informou, por outro lado, que foi realizado um estudo que irá permitir conhecer vulnerabilidades dos sistemas hídricos e o valor económico da água.
Ressaltou que uma das principais recomendações do referido estudo tem que ver com a necessidade de se poupar água em Cabo Verde.
“Não podemos, neste momento, utilizar, em Cabo Verde, mais do que aquilo que é extremamente necessário. Não podemos, por duas razões, porque é cara e temos a obrigação moral de deixar a água para a próxima geração, então, não podemos submeter a uma pressão desmedida sobre as disponibilidades da água subterrânea”, disse, lembrando que o processo de dessalinização da água do mar é “muito custoso”.
O presidente da ANAS dDestacou ainda as políticas públicas consistentes e investimentos executados para ajudar o país na mobilização de mais água, adiantando que o Governo está a trabalhar para que toda a ilha de Santiago, a maior do arquipélago, venha a ser beneficiada com projetos que permitam garantir a mobilização de água.
Por sua vez, Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, defendeu, numa mensagem alusiva ao Dia Internacional da Água, a necessidade de se aprofundar o debate e estudos sobre a escassez e um forte engajamento de todos na eliminação do desperdício de água.
O Chefe do Estado destacou a importância deste bem precioso, que ainda não é permitido a milhões de pessoas terem acesso.
Conforme lembrou, a história do povo cabo-verdiano está fortemente ligada à problemática da água, tendo sublinhado que, não obstante os avanços alcançados na sua gestão, existem ainda muitos desafios a serem ultrapassados.
“Não será por acaso que, durante três anos de seca severa, foi possível gerir a situação, complexa e dolorosa, com relativo sucesso. As consequências negativas destes anos de seca são um facto, mas muito menos graves do que as vividas no passado em situações similares”, afirmou.
Apontou, neste sentido, a necessidade de se aprofundar o debate, os estudos e a concepção de medidas que integrem, de forma definitiva, a escassez como elemento permanente das políticas de desenvolvimento, lembrando que esta deve ser a meta de Cabo Verde no cumprimento do “objetivo 6” do Desenvolvimento Sustentável.
Para o Presidente da República, o fornecimento da água é um serviço público, pelo que a relação entre a entidade pública fornecedora e o cidadão não pode ser, simplesmente, a do comerciante e cliente.
Por outro lado, acrescentou que do ponto de vista da salvaguarda do emprego, a água deve ser considerada um recurso estratégico, suporte do setor económico, mormente a indústria, advogando uma tarifa especial para empresas, particularmente, as do setor da indústria transformadora e de produção de carnes de aves.
O Dia Mundial da Água, comemorado anualmente em 22 de Março, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) através da resolução A/RES/47/193 de 21 de fevereiro de 1992, determinando que esta data oficial é para comemorar e realizar atividades de reflexão sobre o significado da água para a vida na terra.
Esta data foi criada com o objetivo de alertar a população internacional para a importância da preservação da água para a sobrevivência de todos os ecossistemas do planeta.
-0- PANA CS/DD 23mar2021