UA prepara em novembro cimeira sobre industrialização no Níger
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A União Africana (UA) prevê realizar uma cimeira especial dos chefes de Estado e de Governo sobre a agenda da industrialização de África, em novembro de 2020, no Níger, indicou uma fonte oficial.
O comissário para o Comércio e Indústria da UA, Albert Muchanga, declarou que a cimeira desempenhará um papel fundamental para ajudar a iniciar o processo de industrialização, em África, antes do lançamento oficial da Zona de Comércio Livre Continental Africana ( ZCLCA), em janeiro de 2021.
A UA anunciou para 1 de julho de 2020 o lançamento da ZCLCA, mas o processo foi atrasado pelo aparecimento da pandemia do coronavírus, que obrigou a adiar várias reuniões internacionais.
A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) e a Comissão Económica das Nações Unidas para África estão a trabalhar juntos para acolher a cimeira, que deverá produzir medidas para revitalizar os esforços de industrialização em África, declarou Muchanga.
“Vamos propor medidas para relançar a industrialização. A UA convidará o Presidente do Níger, Mohammadu Issoufou, para defender o programa de industrialização. Precisamos de grandes espaços de mercado para África, a fim de criar o espaço necessário para a industrialização”, disse Muchanga.
Falando durante uma reunião convocada pela Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), Muchanga declarou que os países africanos têm maturidade para o lançamento de um grande programa de industrialização, mas apenas se o continente investir em marcas originais "made in Africa".
"Dependemos da fabricação de equipamentos originais. Estes fabricantes do Mundo viajam à busca de regiões onde podem encontrar mão-de-obra barata.
"Para África, não é um modelo de industrialização sustentável, porque nós em África não possuímos os direitos de propriedade inteletual destas tecnologias usadas para produzir estes equipamentos", declarou Muchanga.
O funcionário da UA falava no seminário do Dia da Integração da UA 2020, convocado para reorientar as discussões sobre as estratégias necessárias para revitalizar os planos nacionais de criação de emprego e riqueza.
Disse que não é apenas pela fabricação de produtos originais fabricados em África que uma política de industrialização continental poderia ter sucesso.
Eeste tempo, o diretor-geral da Agência Africana de Desenvolvimento, Ibrahim Mayaki, pediu uma política única de industrialização africana.
Mayaki declarou ser impossível para os países industrializarem-se, usando 55 políticas diferentes de industrialização, enquanto operam num ambiente de mercado único no quadro da ZLECA.
Declarou que os planos de industrialização deviam concentrar-se em melhorar a participação dos países aos níveis nacional, regional e continental, em vez de promover o desenvolvimento económico e industrial nacional.
Revelou que os países deviam realizar reformas legais mais rígidas e criar as instituições nacionais apropriadas para que os esforços de comércio e industrialização se enraízem, em África.
O chefe da NEPAD declarou que o mercado do trabalho africano inclui 20 milhões de pessoas, de 18 a 25 anos, que precisavam de empregos para permanecer no mercado do trabalho, o que justificava a necessidade de políticas continentais.
-0- PANA AO/RA/ASA/TBM/MAR/IZ 8julho2020