Sudão encerra suas fronteiras com República Centroafricana e Líbia
Cartum, Sudão (PANA) – O Sudão encerrou as suas fronteiras com a Líbia e a República Centroafricana (RCA), com efeito imediato, por razões económicas e de segurança, noticiou a Agência Sudanesa de Notícias (SUNA), em Nyala, capital estadual de Darfur-Sul adjacente à RCA.
A agência declarou que o Conselho Soberano Transitório Sudanês, a presidência coletiva híbrida civil-militar, deu instruções sobre o encerramento das fronteiras com os dois países.
O porta-voz do Conselho, Mohamed Al-Faki Suleiman, declarou, em comunicados de imprensa no termo de uma reunião do Conselho realizado quinta-feira, em Nyala, que a reunião decidiu encerrar as fronteiras para desencorajar o contrabando, pôr termo às atividades de violação da segurança bem como ao desperdício dos recursos sudaneses.
O Conselho deslocou-se de Cartum, a capital nacional, para Nyala, na sequência de motins e de protestos persistentes relativos à penúria de combustíveis e de pão nesta província remota.
A Força de Apoio Rápido Sudanesa, uma das componentes das forças regulares sudanesas, declarou que confiscou enormes quantidades de combustíveis e de farinha de trigo que foram transportadas clandestinamente para aqueles dois países em zonas de tensão e de conflito.
A zona fronteiriça com a RCA foi recentemente palco de combates renhidos e de operações ativas de contrabando.
Elementos rebeldes armados teriam deixado o Sudão para se juntar às forças de insurrreição do general Khalifa Haftar, na Líbia, e também se dedicar ao tráfico dos seres humanos via zonas desérticas entre o Sudão e a Líbia em direção ao Mediterrâneo.
Ainda na semana passada, as Forças de Apoio Rápido apreenderam 135 pessoas que alegadamente introduzidas de forma clandestina, na Líbia, em direção às costas sul da Europa. Entre as vítimas do tráfico figuram pessoas de nacionalidades sudanesa, etíope e tchadiana.
A Agência de Notícias em Nyala declarou que o Conselho está igualmente preocupado com várias centenas de milhares de carros amontoados ao longo das fronteiras com a Líbia e a RCA, que esperam aparentemente entrar no Sudão, sem documentos.
Isso acontece igualmente em detrimento do escasso combustível que o país obtém da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, no quadro do seu compromisso de três milhões de dólares americanos para o novo Governo, em Cartum.
Desde já, os sinais de longas filas de espera nas estações de serviço começaram a reaparecer.
O ministro das Finanças e Economia Nacional, Ibrahim Al Badawi, apontou o contrabando de combustíveis subvencionados para os países vizinhos como sendo uma das causas da penúria.
O Conselho Soberano não precisou, no entanto, o limite temporal do encerramento das fronteiras.
-0- PANA MO/AR/MTA/BEH/FK/IZ 29set2019