ONU reforça presença no sudeste da República Centro-Africana
Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - A Missão de Manunteção da Paz das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA) reforçou a sua presença no suldeste do país a fim de prevenir novos atos de violência nas zonas fortemente afetadas pelo conflito e por problemas sistémicos, soube a PANA de fonte oficial.
Esta informação foi dada quinta-feira última em Nova Iorque pela chefe da MINUSCA, Valentine Rugwabiza, aos embaixadores dos países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, durante uma reunião sobre a República Centro-Africana (RCA).
Rugwabiza disse nessa ocasião que o desdobramento suplementar do seu pessoal facilitou a canalização da ajuda humanitária para Haut Mbomou, região encravada e de difícil acesso.
Mencionou as crises políticas e securitárias constantes na RCA que fizeram da transumância (mudanças sazonais em esquemas de pastagem para comunidades de pastores) um elemento desencadeador da violência, conforme publicoou a UN News (orgão de comunicação das Nações Unidas).
Evocou igualmente um recente assassinato de 16 civis na aldeia de Limé, no oeste do país, devido a um conflito fundiário entre agricultores locais e proprietários de gados.
A seu ver, este incidente foi uma "lembrança brutal" da necessidade urgente de se inverter a dinâmica da violência e reposicionar a pecuária e a transumância com vista a uma coexistência pacífica, à estabilzação e ao desenvolvimento económico.
Também informou os diplomatas sobre preparativos de eleições locais que, teoricamente, devem ocorrer em outubro, depois de 36 anos.
Sublinhou que a MINUSCA continuará a dar o seu apoio multiforme à preparação das eleições, o que, na sua ótica, é uma disposição-chave do Acordo Político para a Paz e Reconciliação na RCA.
Porém, expressou a sua profunda preocupação face à uma "campanha contínua" de desinformação que ameaçao pessoal da MINUSCA e os seus objetivos.
"Apelo ao Governo para pedir contas às pessoas identificadas, incluindo funcionários, que promovem estas campanhas que limitam a capacidade da Missão para cumprir tarefas emanas do Conselho (de Segurança) e reclamadas pelas autoridades nacionais da RCA", acrescentou.
Cabe à MINUSCA, no quadro do seu mandato, proteger civis como "prioridade absoluta", apoiar às operações humanitárias, proteger e promover os direitos humanos, desarmar, desmobilizar, reintegrar e repatriar combatentes vindos dos países vizinhos, deu a conhecer.
“Em muito pouco tempo, em estreita colaboração com as autoridades nacionais e locais, as comunidades locais e parceiros humanitários, a Missão realizou progressos tangíveis e inovadores em matéria de segurança, ajuda humnitária e consolidação da paz em Haut Mbomou (sudeste da RCA)”, regozijou-se.
Situada na fronteira com o Sudão do Sul e a República Democrática do Congo (RDC), Haut Mbomou, cuja superfície é superior à da Suíça, é um foco de conflito devido à sua importância estratégica e à sua acessibilidade limitada.
A MINUSCA foi criada em setembro de 2014, devido à intensificação de atos de violência intercomunitários entre os grupos Seleka, maioritariamente muçulmano, e o Movimento Anti-Balaka, de predominância cristã.
-0- PANA MA/BAI/JSG/DD 28junho2024