Agência Panafricana de Notícias

Planeamento familiar precisa de vontade política constante

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – Os participantes na 3ª Conferência Internacional sobre Planeamento Familiar (CIPF), em Addis Abeba, na Etiópia, sublinharam a importância de vontade política constante para assegurar o acesso a produtos e informações sobre a contraceção.

"É a maior demostração de compromisso dos dirigentes do globo que nos leva a crer que se trata de um verdadeiro ponto de viragem para acelerar os progressos do planeamento familiar", disse o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, aos delegados provenientes de mais de 100 países que participam nesta conferência de uma semana sob o lema "Acesso Integral, Escolha Integrada".

A CIPF é a maior reunião consagrada ao alargamento do acesso à contraceção e ao planeamento familiar enquanto pilar central da melhoria da vida das raparigas e das mulheres.

Segundo estimativas, mais de 220 milhões de mulheres no mundo querem planear o nascimento dos seus filhos, mas elas não têm acesso aos métodos modernos de contraceção.

No entanto, ao contrário de outros países africanos, a Etiópia duplicou há alguns anos a percentagem de mulheres que utilizam contracetivos de 15 porcento em 2005 para 29 porcento em 2011 e prometeu duplicar a percentagem para 66 porcento até 2015.

Este sucesso explica a escolha da Etiópia enquanto anfitrião desta conferência.

Dirigindo-se aos delegados durante uma videoconferência, a Presidente do Malawi, Joyce Banda, indicou que o planeamento familiar não era apenas uma questão de saúde, mas também uma questão de desenvolvimento e de direito humano.

"O aumento dos serviços de planeamento familiar é um dos instrumentos que pode provocar grandes progressos em termos de desenvolvimento social e económico", sublinhou.

Por sua vez, a presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, afirmou que o planeamento familiar era um investimento na população.

No entanto, o diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Babatunde Osotimehin, disse que o planeamento familiar está associado aos direitos humanos e à igualdade entre os sexos.

A CIPF 2013 explica os progressos realizados em matéria de acesso a serviços e a produtos do planeamento familiar desde a conferência de Londres, em julho de 2012.

Durante esta conferência, a comunidade internacional prometeu fazer aceder 120 milhões de mulheres suplementares a serviços e informações sobre o planeamento familiar até 2020.

Os compromisso assumidos em Londres incidiam igualmente sobre a mobilização de novos recursos financeiros, a melhoria dos sistemas de abastecimento, o investimento na pesquisa sobre a contraceção e mudanças de políticas tais como as leis que protegem a saúde e o bem-estar das mulheres e das raparigas.

-0- PANA SB/SEG/NFB/JSG/IBA/CJB/TON 13nov2013