Cabo Verde já utiliza 21% de energia renovável nas redes
Praia, Cabo Verde (PANA) - O aproveitamento dos parques instalados em Cabo Verde já permite ao país absorver à volta de 21 por cento das suas necessidades através das energia renovável, revelou quarta-feira o diretor nacional de Energia do arquipélago, Rito Évora.
Em declarações a imprensa, Rito Évora explicou que nesta contabilidade ainda não entra a outra vertente chamada de “geração distribuída”, ou seja, a energia produzida nas instalações individuais, pelos painéis nas casas das pessoas.
Ele anunciou esta a ultimar-se, neste momento, o inventário encomendado a um consultor para se fazer um levantamento de todas as instalações de geração distribuída, mas que os dados já apurados nesse estudo mostram “resultados importantes”.
“O resultado que está a sair é muito importante, porque nós estamos quase que equivalente ao parque que a Electra (empresa pública de produção e distribuição energia elétrica) tem no Palmarejo (a principal central térmica do país) só em pequenas instalações.
São 3,5 megawatts de instalações de painéis individuais ou instalações independentes, precisou.
Rito Évora explicou que esta também é uma das iniciativas através da qual o Estado quer incentivar as pessoas a aderirem a uma lógica de reduzir custos da produção de energia, em Cabo Verde, país onde o que se consome e importa, em termos de combustíveis, representa quase 30 por cento do total de importação.
De acordo com este responsável, o principal problema para a aquisição de uma dessas instalações para as residências tem a ver com o capital disponível, já que o custo pode girar em torno de 200 mil escudos cabo-verdianos (cerca de mil e 818 euros) a 300 mil escudos (cerca de dois mil 727 euros).
No entanto, como forma de incentivo, foi dotada uma verba no Orçamento do Estado de 2019 para uma bonificação de juros a 50 por cento, para as pessoas que queiram implementar estes sistemas.
Em dezembro, o Governo aprovou, em reunião de Conselho de Ministros, o Plano Diretor do Setor Energético 2018-2025, com o qual pretende atingir até 30 por cento da produção de energia elétrica, a partir de fontes renováveis, daqui a sete anos.
Na altura, o porta-voz da reunião do Conselho de Ministros e titular da pasta da Cultura, Abraão Vicente, explicou que este plano vai de encontro aos compromissos obrigatórios já assumidos por Cabo Verde, na Conferência de Paris (COP21), de superar os 50 por cento de produção de energia elétrica, a partir de fontes renováveis até 2030.
O Governo anunciou também que quer atingir 100 por cento de veículos elétricos a circular nas estradas do país, até 2050, tendo para o efeito já aprovado um diploma sobre a importação deste tipo de viatura livres de direitos aduaneiros.
Ao mesmo tempo, está a trabalhar com a cooperação alemã, para conseguir fundos, visando a implementação de um primeiro programa de incentivos de apoio à aquisição de novos veículos e estimular o surgimento de um mercado de carros elétricos, em Cabo Verde.
“Estamos na última fase do concurso do Nama Facilit e, se correr tudo como previsto, no final de 2019, teremos acesso a sete milhões de euros, para adquirir 500 veículos elétricos”, precisou uma fonte ligada ao projeto.
-0- PANA CS/IZ 21fev2019