Primeiras 20 mulheres taxistas começam a operar em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - As primeiras 20 mulheres taxistas vão começar a operar, nos próximos dias, na cidade da Praia, em Cabo Verde, depois de receberam formação em várias áreas, designadamente automobilismo, Código da Estrada, línguas, carteira profissional e mecânica-auto, apurou a PANA, quarta-feira.
As novas profissionais do volante foram formadas no âmbito de uma estreita parceria entre a Escola de Condução e Prevenção Rodoviária, o Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade do Género (ICIEG) e o Ministério da Educação, Família e Inclusão Social.
Elas vão receber a Carteira de Aptidão Profissional (CAP), de forma a permitir-lhes inserir-se ativamente no mercado de trabalho, como condutoras profissionais de táxis, uma atividade exercida até agora em Cabo Verde, exclusivamente, por homens.
De acordo com uma nota do ICIEG, varias razões podem estar por detrás deste facto, nomeadamente a segurança e o horário em que é exercido esta atividade.
A Constituição da República de Cabo Verde (CRCV) consagra a igualdade entre mulheres e homens perante a lei, assim como a não discriminação em função do sexo.
“Ao mesmo tempo, a Constituição assume que o Estado deve criar condições para a eliminação dos fatores que impedem o avanço económico das mulheres”, lê-se na nota.
O documento assinala que a questão da igualdade de género, em Cabo Verde, tem vindo a ser abordada com crescente abrangência e visibilidade.
“Essa abordagem tem sido refletida nos sucessivos planos de ação de promoção da igualdade, permitindo identificar e estruturar um conjunto de áreas estratégicas de intervenção, que abarcam desde aspetos ligados às questões do acesso à saúde, educação, violência doméstica, representatividade política e ao empoderamento económico”, enumera.
No entanto, o ICIEG reconhece que, na vertente empreendedorismo, apesar do esforço coletivo para a promoção e criação de iniciativas que dignificam o trabalho das mulheres, continua a ser um desafio permanente para a igualdade do género, tendo em conta que muitos setores de atividades são ainda ocupados esmagadoramente por homens.
“Acredita-se também que pode ser por algum tabu ainda existente, de que o sexo feminino é o ser mais frágil, a profissão de taxista tem sido uma ocupação eminentemente masculina”, diz a presidente do ICIEG, Rosana Almeida.
-0- PANA CS/IZ 11fev2021