PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Negros vítimas de atos racistas após eliminação da Tunísia do CAN, diz ONG
Túnis, Tunísia (PANA) - Negros, em particular estudantes subsarianos, são vítimas de uma « uma onda de declarações e atos racistas” na Tunísia, devido à eliminação da seleção tunisina de futebol do Campeonato Africano das Nações (CAN) de 2015 em curso na Guiné-Equatorial.
Estas reações seguem-se à penalidade « imaginária » atribuída pelo árbitro maurício à equipa local nos quartos-de-final durante o período suplementar, enquanto os « Águias do Cartago » venciam por 1-0, denunciou terça-feira uma associação tunisina de defesa dos direitos humanos.
Numa declaração à PANA, a presidente da Associação Tunisina de Apoio às Minorias, Yamina Thabet, deplorou vivamente « os atos e as declarações racistas que visaram os Negros ».
Segundo Yamina Thabet, esta « onda de ódio » manifestou-se em primeiro lugar nas redes sociais, nomeadamente Facebook e Twitter, após declarações verdadeiramente incisivas» .
“Vocês merecem a escravatura », « vocês merecem Boko Haram », podia ler-se nalguns dos comentários citados.
A associação mencionou igualmente um mapa de África ostentado por racistas onde o norte estava pintado de vermelho e o resto do continente com a inscrição (do vírus) Ébola.
Yamina Thabet revelou ainda agressões físicas contra estudantes subsarianos.
“Mesmo Tunisinos negros sofreram estes atos, o que demonstra que não se trata de xenofobia, mas de racismo, um comportamento que sempre existiu na Tunísia”, acrescentou a responsável desta Organização não Governamental (ONG).
Deplorou a ausência de leis na Tunísia que penalizem o racismo, lamentando que tais manifestações continuem impunes.
Num comunicado, a Associação dos Estudantes e Estagiários Africanos na Tunísia revelou, por sua vez, uma dezena de agressões que visaram a comunidade subsariana, nomeadamente em Túnis e em Sfax (sul do país).
A comunidade negra é muitas vezes objeto de atos similares e várias queixas foram apresentadas pelas vítimas, afirmou a associação, que constatou também « casos de agressões verbais » bem como « declarações injuriosas e racistas » nas redes sociais.
Um partido político reagiu denunciando « os atos de violência que visaram alguns cidadãos africanos residentes no nosso país ».
“Estes atos estão em contradição com a nossa pertença africana e com os nossos princípios de relações de fraternidade e de hospitalidade que caraterizam a Tunísia e o seu povo”, insurgiu-se o partido “Afek Tounés” (Perspetivas da Tunísia), num comunicado.
Considerou que o desporto é uma escola para a educação das jovens gerações, no tocante aos conceitos de tolerância e de comportamento cívico.
Afek Tounés apelou, no mesmo comunicado, a todas as componentes da sociedade civil e a todos os cidadãos "para se oporem a este tipo de práticas contrárias à nossa cultura e às nossas tradições".
-0-PANA BB/BEH/SOC/FK/DD 04fev2015
Estas reações seguem-se à penalidade « imaginária » atribuída pelo árbitro maurício à equipa local nos quartos-de-final durante o período suplementar, enquanto os « Águias do Cartago » venciam por 1-0, denunciou terça-feira uma associação tunisina de defesa dos direitos humanos.
Numa declaração à PANA, a presidente da Associação Tunisina de Apoio às Minorias, Yamina Thabet, deplorou vivamente « os atos e as declarações racistas que visaram os Negros ».
Segundo Yamina Thabet, esta « onda de ódio » manifestou-se em primeiro lugar nas redes sociais, nomeadamente Facebook e Twitter, após declarações verdadeiramente incisivas» .
“Vocês merecem a escravatura », « vocês merecem Boko Haram », podia ler-se nalguns dos comentários citados.
A associação mencionou igualmente um mapa de África ostentado por racistas onde o norte estava pintado de vermelho e o resto do continente com a inscrição (do vírus) Ébola.
Yamina Thabet revelou ainda agressões físicas contra estudantes subsarianos.
“Mesmo Tunisinos negros sofreram estes atos, o que demonstra que não se trata de xenofobia, mas de racismo, um comportamento que sempre existiu na Tunísia”, acrescentou a responsável desta Organização não Governamental (ONG).
Deplorou a ausência de leis na Tunísia que penalizem o racismo, lamentando que tais manifestações continuem impunes.
Num comunicado, a Associação dos Estudantes e Estagiários Africanos na Tunísia revelou, por sua vez, uma dezena de agressões que visaram a comunidade subsariana, nomeadamente em Túnis e em Sfax (sul do país).
A comunidade negra é muitas vezes objeto de atos similares e várias queixas foram apresentadas pelas vítimas, afirmou a associação, que constatou também « casos de agressões verbais » bem como « declarações injuriosas e racistas » nas redes sociais.
Um partido político reagiu denunciando « os atos de violência que visaram alguns cidadãos africanos residentes no nosso país ».
“Estes atos estão em contradição com a nossa pertença africana e com os nossos princípios de relações de fraternidade e de hospitalidade que caraterizam a Tunísia e o seu povo”, insurgiu-se o partido “Afek Tounés” (Perspetivas da Tunísia), num comunicado.
Considerou que o desporto é uma escola para a educação das jovens gerações, no tocante aos conceitos de tolerância e de comportamento cívico.
Afek Tounés apelou, no mesmo comunicado, a todas as componentes da sociedade civil e a todos os cidadãos "para se oporem a este tipo de práticas contrárias à nossa cultura e às nossas tradições".
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