Presidente angolano enaltece coragem do Rwanda e Uganda em ultrapassar diferendo
Luanda, Angola (PANA) – O Presidente angolano, João Lourenço, elogiou esta quarta-feira, em Luanda, a coragem dos seus homólogos do Rwanda e do Uganda em aceitar os termos do Memorando de Entendimento que assinaram, na capital angolana, para ultrapassar os seus diferendos.
João Lourenço falava na abertura da cerimónia que testemunhou a assinatura do Memorando de Entendimento de Luanda, pelos Presidentes Paul Kagamé e Yoweri Museveni, respetivamente do Rwanda e do Uganda, sob a mediação do chefe de Estado anfitrião e do da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi.
O documento foi assinado na presença do chefe de Estado da República do Congo e presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), Denis Sassou Nguesso, a título de convidado de honra.
“Ao terem tido a coragem e o pragmatismo de concordar com o texto proposto e negociado”, Paul Kagamé e Yoweri Museveni “dão um grande exemplo de como no nosso continente todas as nossas diferenças, receios, disputas e conflitos devem ser resolvidos, pela via do diálogo”, asseverou o estadista angolano.
João Lourenço destacou igualmente a importância do compromisso que cada um deve assumir em “abster-se de atividades que possam ser interpretadas pela outra parte como atos lesivos dos seus interesses económicos, socioculturais ou mesmo de segurança nacional”.
Segundo o chefe de Estado angolano, entre pessoas, famílias, comunidades ou países, “às vezes existem desentendimentos de maior ou menor dimensão que importa que sejam resolvidos de preferência entre si ou com o concurso de outros que nos querem ver em paz”.
“É o caso do Uganda e do Rwanda, vizinhos e com ancestrais laços de verdadeira e profunda irmandade, ambos localizadas na rica e promissora região dos Grandes Lagos, mas que ao mesmo tempo é ironicamente também uma das mais conturbadas do nosso continente”, afirmou.
Para João Lourenço, os dois países atravessam “um momento particularmente difícil no relacionamento entre si, situação que contraria a vontade dos respetivos povos e afeta seriamente a economia de ambos os países”.
Para ultrapassar-se esta situação, disse, foram solicitados os bons préstimos de Angola para convidar o Presidente Museveni a juntar-se aos seus homólogos de Angola, Rwanda e RDC, numa cimeira quadripartida virada para a busca de uma solução para a crise.
Essa cimeira viria a realizar-se, em Luanda, a 12 de julho do corrente ano, recordou, reforçando que, com tal feito, “estava claro que existia o clima de diálogo e a vontade política” dos dois lados (Uganda e Rwanda) em procurar os caminhos para se ultrapassar os diferendos que os opõe.
Com a participação dos chefes de Estado de Angola, RDC, Uganda e Rwanda, o encontro incumbiu aos dois primeiros “a responsabilidade de acompanhar de perto o desenrolar do diferendo, ouvir as partes e propor soluções que satisfaçam os interesses de ambos, e consequentemente da região”, afirmou.
É assim que neste curto espaço de tempo, prosseguiu, "nos desdobramos em contactos com Kampala e Kigali (...), que viram na iniciativa "uma boa e grande oportunidade a abraçar e seguir".
João Lourenço aproveitou a ocasião para felicitar os Museveni e Kagamé “por este grande dia, que enche de orgulho e de alegria os povos do Uganda e do Rwanda, bem como a todos nós”.
“O mérito desta conquista é vosso e apenas vosso, por terem compreendido e sido movidos pelo sentimento de que os benefícios deste pequeno grande passo são para os povos e as economias dos países que dirigem”, concluiu.
-0- PANA IZ 21ago2019