PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Governo defende "uso racional" da água em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo cabo-verdiano apelou, quarta-feira, à população parater "comportamentos sustentáveis" e fazer "uso racional" da água, numa altura em que o país.
O apelo do Governo segue a mais uma situação de seca que está a ter grandes reflexos nas barragens de retenção de águas pluviais que já estão com menos de 3,6 porcento da sua capacidade, anunciou terça-feira na cidade da Praia o presidente da Agência Nacional da Água e Saneamento (ANAS), Miguel Moura.
Em conferência de imprensa, realizada dois meses após o Governo ter declarado a situação de emergência hídrica no país por causa da falta de chuva, Miguel Moura avançou que, enquanto a situação se mantiver, serão tomadas algumas medidas restritivas, como a proibição de novas licenças para a abertura e exploração de novos furos, a emissão de novas licenças para o aumento da área irrigada e a ampliação dos calendários de rega.
Nesta perspetiva, o responsável da ANAS apelou aos agricultores para optarem práticas que promovam a poupança e economia de água, como a rega gota-a-gota, culturas de ciclo vegetativo curto e culturas agrícolas de maior rendimento económico.
Afirmou que, ainda, esta semana serão lançados concursos para selecionar empresas para a construção e reabilitação de reservatórios, condutas, poços, nascentes e galerias, assim como para o fornecimento de bombas submersíveis, motores elétricos, painéis solares e máquinas móveis de dessalinização de águas salobras.
Está prevista, acrescentou, a reabilitação de 34 fontes de água e 43 reservatórios, devendo ser construídos mais 19 novos reservatórios e reabilitados 102 poços e equipados de painéis solares 41 furos.
Igualmente previstos estão a construção de 35 sistemas de adução de água, devendo 15 dos existentes serem reabilitados, bem como a construção e reabilitação de bebedouros e a instalação de sistema de rega gota-a-gota.
Cabo Verde registou este ano níveis muito baixos de chuva, enfrentando assim um dos piores anos de seca dos últimos anos, que comprometeu quase, na totalidade, a campanha agrícola.
"Nas cinco albufeiras monitorizadas pela ANAS, o volume de água armazenado é inferior a 3,6 porcento da sua capacidade. Face à seca que fustigou o ano de 2017, com o cúmulo dos anos anteriores, a situação agravou-se", lamentou o responsável.
Miguel Moura deu como exemplo a barragem de Poilão, no interior da ilha de Santiago, a primeira a ser construída no país e que tem um nível "mínimo e insignificante", enquanto o nível de água nas restantes barragens encontra-se "abaixo da tomada".
"Em consequência disso, o país não consegue satisfazer, neste momento, metade do seu consumo desejado para as necessidades agrícolas", disse o presidente da ANAS, indicando que a água acumulada vem de anos anteriores e que algumas barragens estão praticamente secas.
O Governo de Cabo Verde elaborou um programa de emergência, que já está a ser implementado e que tem como medidas prioritárias o salvamento de gado, a mobilização de água, o acesso a financiamentos e a criação de empregos no meio rural.
O Executivo anunciou já ter mobilizado 10,1 milhões de euros juntos de parceiros internacionais para financiar o programa de emergência, que se juntaram aos 100 milhões de escudos (906 mil euros) do Orçamento do Estado para 2018 para o efeito.
No entanto, nos últimos dias, têm-se ouvido queixas de agricultores e criadores de gado de que as medidas são insuficientes e que não estão a chegar ao terreno.
Sexta-feira última, as Nações Unidas estimaram que cerca de 140 mil pessoas poderão ficar em situação de vulnerabilidade nutricional aguda em Cabo Verde, se voltar a não chover este ano.
-0- PANA CS/DD 14fev2018
O apelo do Governo segue a mais uma situação de seca que está a ter grandes reflexos nas barragens de retenção de águas pluviais que já estão com menos de 3,6 porcento da sua capacidade, anunciou terça-feira na cidade da Praia o presidente da Agência Nacional da Água e Saneamento (ANAS), Miguel Moura.
Em conferência de imprensa, realizada dois meses após o Governo ter declarado a situação de emergência hídrica no país por causa da falta de chuva, Miguel Moura avançou que, enquanto a situação se mantiver, serão tomadas algumas medidas restritivas, como a proibição de novas licenças para a abertura e exploração de novos furos, a emissão de novas licenças para o aumento da área irrigada e a ampliação dos calendários de rega.
Nesta perspetiva, o responsável da ANAS apelou aos agricultores para optarem práticas que promovam a poupança e economia de água, como a rega gota-a-gota, culturas de ciclo vegetativo curto e culturas agrícolas de maior rendimento económico.
Afirmou que, ainda, esta semana serão lançados concursos para selecionar empresas para a construção e reabilitação de reservatórios, condutas, poços, nascentes e galerias, assim como para o fornecimento de bombas submersíveis, motores elétricos, painéis solares e máquinas móveis de dessalinização de águas salobras.
Está prevista, acrescentou, a reabilitação de 34 fontes de água e 43 reservatórios, devendo ser construídos mais 19 novos reservatórios e reabilitados 102 poços e equipados de painéis solares 41 furos.
Igualmente previstos estão a construção de 35 sistemas de adução de água, devendo 15 dos existentes serem reabilitados, bem como a construção e reabilitação de bebedouros e a instalação de sistema de rega gota-a-gota.
Cabo Verde registou este ano níveis muito baixos de chuva, enfrentando assim um dos piores anos de seca dos últimos anos, que comprometeu quase, na totalidade, a campanha agrícola.
"Nas cinco albufeiras monitorizadas pela ANAS, o volume de água armazenado é inferior a 3,6 porcento da sua capacidade. Face à seca que fustigou o ano de 2017, com o cúmulo dos anos anteriores, a situação agravou-se", lamentou o responsável.
Miguel Moura deu como exemplo a barragem de Poilão, no interior da ilha de Santiago, a primeira a ser construída no país e que tem um nível "mínimo e insignificante", enquanto o nível de água nas restantes barragens encontra-se "abaixo da tomada".
"Em consequência disso, o país não consegue satisfazer, neste momento, metade do seu consumo desejado para as necessidades agrícolas", disse o presidente da ANAS, indicando que a água acumulada vem de anos anteriores e que algumas barragens estão praticamente secas.
O Governo de Cabo Verde elaborou um programa de emergência, que já está a ser implementado e que tem como medidas prioritárias o salvamento de gado, a mobilização de água, o acesso a financiamentos e a criação de empregos no meio rural.
O Executivo anunciou já ter mobilizado 10,1 milhões de euros juntos de parceiros internacionais para financiar o programa de emergência, que se juntaram aos 100 milhões de escudos (906 mil euros) do Orçamento do Estado para 2018 para o efeito.
No entanto, nos últimos dias, têm-se ouvido queixas de agricultores e criadores de gado de que as medidas são insuficientes e que não estão a chegar ao terreno.
Sexta-feira última, as Nações Unidas estimaram que cerca de 140 mil pessoas poderão ficar em situação de vulnerabilidade nutricional aguda em Cabo Verde, se voltar a não chover este ano.
-0- PANA CS/DD 14fev2018