Detenção de estrangeiros provoca caos na Cidade do Cabo
Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) – A dispersão quarta-feira de centenas de cidadãos estrangeiros e refugiados que estavam acampados diante das instalações do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), há três semanas, mergulhou a cidade sul-africana do Cabo no caos.
Manifestantes originários de outros países africanos pediram o seu repatriamento da África do Sul, depois da recente onda de violência xenófoba iniciada em setembro passado, em Joanesburgo e em Pretória.
Embora esta onda tenha sido rapidamente controlada, naquelas duas cidades, os estrangeiros baseados na Cidade do Cabo dizem sentir-se “indesejados e em perigo”.
Várias pessoas ficaram feridas depois que a Polícia, fortemente armada, decidiu “limpar a zona” cercada por estabelecimentos comerciais e empresas.
Num comunicado chegado à PANA, a Polícia diz que cerca de 100 pessoas foram detidas alegadamente por se terem recusado a responder aos apelos para se dispersarem.
A Polícia sul-africana do Cabo Ocidental "está consciente dos esforços feitos anteriormente para se encetar o diálogo com o grupo, com a ajuda de atores maiores como o ACNUR com vista a sair do impasse amigavelmente. Infelizmente, as tentativas ainda não deram resultados positivos”, pode-se ler num comunicado.
O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filipo Grandi, está na África do Sul e abordou a questão com o ministro dos Assuntos Internos, Aaron Motsoaledi.
"A África do Sul recebe vários refugiados e migrantes originários da região e além-fronteiras. Estou de acordo com o ministro Motsoaledi sobre o facto de que a cooperação entre o ACNUR e os Assuntos Internos (o Ministério) será reforçada para que possamos tornar o sistema de asilo da África do Sul mais eficaz”, declarou Grandi.
-0- PANA CU/MA/NFB/TBM/MAR/IZ 31out2019