Conferência sobre reconciliação na Líbia em julho na Etiópia, diz responsável
Tripoli, Líbia (PANA) – Uma conferência sobre a reconciliação nacional na Líbia realizar-se-á em julho próximo em Addis-Abeba, na Etiópia, com o objetivo de livrar o país da crise política prevalecente, anunciou no fim de semana em Addis Abeba o presidente da Comissão da União Africana (CUA), Moussa Faki Mahamat.
A realização desta conferência sobre a reconciliação na Líbia é o corolário das recomendações da 32.ª cimeira da União Africana (UA) feitas em fevereiro último, declarou Mahamat, em conferência de imprensa no termo duma reunião do Quarteto sobre a Líbia.
A 32ª cimeira ordinária da UA, realizada de 10 a 11 de fevereiro último em Addis Abeba, na Etiópia, encarregou o Comité de Alto Nível sobre a Líbia de tomar medidas necessárias conjuntamente com as Nações Unidas, para organizar uma conferência nacional líbia, em prol da paz e da reconciliação global, em julho próximo, e eleições presidenciais e legislativas, três meses mais tarde.
Para, o presidente da CUA, a conferência sobre a reconciliação líbia “representa uma oportunidade para os Líbios” de fazerem a paz e realizarrem a estabilidade no seu país.
Os Secretários-Gerais da Liga dos Estados Árabes (LEA), Ahmed Aboul Gheit, e das Nações Unidas, António Guterres, bem como a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, participaram na reunião do Quarteto que agrupou a UA, a Liga Árabe, as Nações Unidas e a UE.
Este encontro sobre a Líbia foi realizado por iniciativa da Liga Árabe, à margem da cimeira da organização árabe em Túnis, cujos trabalhos se iniciaram neste domingo.
O enviado da ONU na Líbia, Ghassan Salamé, anunciou a realização duma conferência nacional líbia inclusiva para 14 a 16 de abril corrente em Ghadamès, no sudoeste da Líbia, com a participação de 120 a 150 personalidades líbias, refere-se.
A conferência nacional inclusiva, pilar do Plano de Ações de Salamé, esbarrava contra divergências entre protagonistas da crise líbia, visa suscitar um consenso entre os Líbios sobre a agenda eleitoral para se pôr termo à transição política, iniciada desde o derrube, em agosto de 2011, do então regime de Muamar Kadafi.
Os 42 anos de poder ditatorial de Kadafi foram varridos por uma revolução líbia, que eclodiu a 12 de fevereiro do mesmo ano, no quadro do vulgo "primavera árabe".
A mesma tempestade arrastou os regimes ditatoriais de Ben Ali (24 anos de poder), na Tunísia, dezembro de 2010 a janeiro de 2011, e de Hosni Mubarak (30 anos de poder), no Egito, de janeiro a fevereiro de 2011.
-0- PANA BY/BEH/FK/DD 31março2019