Agência Panafricana de Notícias

União Europeia mobiliza 4.000.000 euros para integração social de refugiados burundeses no seu país

 

Bujumbura, Burundi (PANA) - A União Europeia (UE) acaba de desembolsar 4.000.000 euros para apoiar o escritório local do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) nas suas atividades de proteção e assistência a 60.000 Burundeses regressados recentemente do exílio no estrangeiro, anunciaram as duas partes num comunicado recebido pela PANA na terça-feira.

O financiamento contribuirá para as atividades do ACNUR concernentes ao seguimento da proteção dos repatriados nas zonas de regresso, fornecendo abrigos duráveis aos mais vulneráveis, melhorando os centros de trânsito e distribuindo bens de primeira necessidade, precisa o comunicado.

Outros serviços previstos neste financiamento dizem respeito à documentação, aos cuidados médicos, ao transporte e registo dos repatriados.

Desde 2017, data do lançamento oficial do repatriamento assistido dos refugiados da crise eleitoral de 2015 no Burundi, o ACNUR facilitou o regresso à casa de 187.698 refugiados, principalmente os provenientes da Tanzânia, do Rwanda, do Uganda e do Quénia vizinhos.

Mais de 320.000 Burundês ainda vivem no exílio no estrangeiro, incluindo 126.785 na Tanzânia, 47.806 no Rwanda, 40.570 na República Democrática do Congo, 51.938 no Uganda, 16.000 no Quénia, 8.700 em Moçambique, 10.800 no Malawi, 9.900 na África do Sul e 8.100 na Zâmbia, de acordo com os dados da referida instituição.

Em contrapartida, estrangeiros refugiam-se igualmente no Burundi, tais como Congoleses, atualmente estimados em 84.248 indivíduos.

A proteção e a autonomização dos refugiados congoleses no Burundi é financiada pela União Europeia (UE) com 4.600.000 euros, lembra o comunicado.

A UE só intervém no campo humanitário no Burundi, onde a violenta crise política e de direitos humanos de 2015 culminou com a suspensão da ajuda dos seus principais parceiros técnicos e financeiros tradicionais.

O país contabiliza, por outro lado, mais de 115.000 pessoas deslocadas internas, na sequência de catástrofes naturais e/ou da situação política interna.

-0- PANA FB/JSG/DIM/DD 01fev2022