Mais de 400 refugiados burundeses repatriados da Tanzânia
Bujumbura, Burundi (PANA) - Mais de 400 refugiados burundeses na Tanzânia chegaram este sábado a Rutana, província do sul do Burundi, depois de terem fugido da onda de violência que havia marcado a crise eleitoral de 2015 no país, informou a rádio pública, citando fontes administrativas locais.
O Burundi ainda tem muitos refugiados devido à mesma crise, e a anterior onda de repatriamentos teve início a 16 de abril último, com um total de 370 homens, dos quais mulheres e crianças, com a logística do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Aquando da sua chegada, outras agências especializadas, como o Programa das Nações Unidas para a Alimentação (PAM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), assumiram a responsabilidade de suprir as suas necessidades básicas, incluindo a alimentação, utensílios de cozinha, abrigos, a educação e cuidados de saúde, durante os primeiros três meses de reintegração na zona de origem.
De acordo com a última contagem do ACNUR, em finais de fevereiro último, havia ainda 347 mil refugiados burundeses nos países vizinhos, principalmente na Tanzânia, e, em pequenas proporções, na República Democrática do Congo, no Rwanda e no Uganda.
Desde setembro de 2017, a Agência Especializada das Nações Unidas informa que o número de refugiados burundeses diminuiu 20 por cento, principalmente devido ao contínuo processo de repatriamento, que permitiu a cerca de 60 mil refugiados burundeses voltarem voluntariamente à casa.
No entanto, devido à falta de financiamentos, o processo de repatriamento abrandou desde o início de 2019, de acordo com a mesma fonte.
No início deste ano de 2019, o ACNUR e 35 dos seus principais parceiros lançaram um apelo humanitário conjunto a favor dos refugiados burundeses avaliado, em 296 milhões de dólares americanos.
Até 2018, o apelo tinha angariado apenas 35 por cento dos 391 milhões de dólares necessários, segundo dados do ACNUR, que consideram a crise burundesa como "uma das crises humanitárias mais esquecidas do mundo".
-0- PANA FB/IS/CJB/DD 18maio2019