União Africana condena tentativa de golpe de Estado no Gabão
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O presidente da Comissão da União Africana (CUA), Moussa Faki Mahamat, afirmou quarta-feira acompanhar com "grande preocupação" a situação na República do Gabão e condenar "veementemente" a tentativa de golpe de Estado registada nesse país como solução para a atual crise pós-eleitoral.
Num comunicado, o tchadiano Moussa Faki Mahamet sublinhou “fortemente” que "este golpe de Estado constitui uma violação flagrante dos instrumentos jurídicos e políticos da União Africana (UA), incluindo a Carta Africana sobre Eleições, Democracia e Governação.”
Apelou ao Exército Nacional e às forças de segurança gabonesas para respeitarem "rigorosamente" a sua vocação republicana a fim de garantirem a integridade física do Presidente da República (Ali Bongo Ondimba) dos membros da sua família, bem como a dos seu Governo.
O presidente da CUA “encoraja todos os intervenientes políticos, civis e militares no Gabão, a favorecerem caminhos políticos pacíficos que conduzam a um rápido regresso à ordem constitucional democrática no país”, lê.se na nota.
Porém, num outro documento, militares golpistas indicaram ter criado um Comité para a Transição e Restauração das Instituições (CTRI) a fim de defenderem a paz no país.
Num outro texto, eles indicaram que o Presidente Ali Bongo Ondimba foi colocado em “prisão domiciliária”, “rodeado dos membors da sua família e dos seus médicos”, mas que um dos seus filhos "está preso por alta traição.”
Várias outras pessoas foram privadas de liberdade, no mesmo contexto, de acordo com relatos da imprensa local.
A França “condena o golpe militar em curso no Gabão”, declarou um porta-voz do governo francês durante uma conferência de imprensa após o Conselho de Ministros.
Sublinhou que a França “reafirma o seu desejo de que os resultados das eleições sejam respeitados.”
A embaixada francesa no Gabão recomendou que os cidadãos franceses permanecessem em casa.
A Comissão Nacional Eleitoral proclamou Ali Bongo vencedor das eleições sábado último com 64,27 oor cento dos sufrágios expressos.
O seu principal adversário, Albert Ondo Ossa, que obteve 30,77 por cento, descreveu as eleições sendo como "fraudulentas."
Se se efetivar, a destituição do Presidente gabonês porá fim ao Governo da família Bongo, que já durou cerca de 50 anos.
Segundo imagens publicadas nas redes sociais, milhares de gaboneses saíram às ruas em massa para celebrarem este golpe de Estado.
-0- PANA TNDD/IS/SOC/MA/DD 31agosto2023