ONU defende necessidade urgente de defender direitos de mulheres

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, sublinhou a "necessidade urgente de se defender os direitos das mulheres ameaçados", soube a PANA de fonte oficial.

Intervindo, segunda-feira última, em Nova Iorque, na abertura duma 68.ª sessão da Comissão da Condição Feminina (CCF, sigla em francês), Guterres mencionou ameaças como a inversão dos progressos duramente alcançados relativamente às mulheres, uma intensificação da violência contra as mulheres e uma fratura digital crescente entre os sexos.

Durante o mesmo fórum essencial, dedicado à promoção e salvaguarda dos direitos das mulheres e raparigas no mundo, o SG da ONU sublinhou "o impacto desproporcional das guerras sobre as mulheres."

"Nas zonas de conflitos no mundo inteiro, são mulheres e raparigas que mais sofrem das guerras protagonizadas por homens", indignou-se Guterres, preconizando cessar-fogos imediatos e uma ajuda humanitária.

Insistiu na situação espaventosa de Gaza (Palestina), onde se presume que mais de dois terços das pessoas mortas ou feridas durante a ofensiva israelita sejam mulheres e raparigas.

Mencionou igualmente cenas chocantes de violações sexuais cometidas contra mulheres palestinianas nos locais de detenção, durante ataques a casas e pontos de controlo no território palestiniano ocupado.

Também se referiu a um relatório publicado na última semana pela representante especial das Nações Unidas em Israel, Pramila Patten, que revelou casos horríveis de violência sexual contra estas pessoas vulneráveis, bem como sinais de tortura sexual cometidos a 7 de outubro de 2023, pelo Hamas (grupo islamita e extremista).

Guterres reclamou-se ainda da situação das mulheres noutros países, nomeadamente Afeganistão e Sudão.

"No Afeganistão, os Talibãs (extremistas no poder) publicaram mais de 50 decretos que suprimem os direitos das mulheres e raparigas.

No Sudão, dezenas de mulheres terão sido vítimas de violações e casos similares no quadro do conflito em curso no país, queixou-se.

No tocante ao género, Guterres sublinhou que, pesem embora as provas de que a participação das mulheres torna mais eficaz a consolidação da paz no mundo, está em baixa o número das que participam em órgãos de tomada de decisões.

"Os factos estão claros: as mulheres trazem a paz", defendeu o SG da ONU, preconizando mais financiamentos e novas políticas para estimular a participação das mulheres e a aposta naquelas construtoras de paz", 

Concluindo, o SG da ONU exortou a comunidade internacional a unir-se pela igualdade dos sexos.

Para o efeito, prosseguiu, a Comissão da Condição Feminina "serve de  catalisador para uma mudança transformadora."

Também recomendou uma colaboração a fim de se pôr cobro à pobreza em todas as dimensões.

A 68.ª sessão da Comissão da Condição Feminina decorre de 11 a 22 de março corrente na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, sob um lema prioritário:  "Acelerar a realização da igualdade dos sexos e autonomização de todas as mulheres e raparigas, combatendo a pobreza e reforçando as instituições e os financiamentos numa perspetiva de igualmente entre os sexos."

-0- PANA MA/BAI/JSG/DD 12março2024