Human Rights Watch exige detenção de suspeito de crime de guerra na RCA
Nairóbi, Quénia (PANA) - A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) pediu, segunda-feira, à República Centro-Africana (RCA) esforços coordenados com as forças de paz das Nações Unidas para que seja novamente detido Hassan Bouba, um suspeito de crimes de guerra, libertado sexta-feira, sem consideração pelas decisões da Justiça, soube a PANA de fonte oficial.
Segundo a HRW, Hassan Bouba, ministro e ex-líder de um grupo rebelde na RCA, escoltado para sua residência sexta-feira última por gendarmes centro-africanos, foi preso a 19 de novembro corrente para responder por alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade numa ação movida pelo Tribunal Penal Especial (CPS), encarregado de julgar estes atos no país.
Sexta-feira última, gendarmes centro-africanos escoltaram Bouba da prisão do campo de Roux, onde estava detido, e até à sua casa, quando este deveria comparecer perante o CPS, a 26 de novembro corrente, para uma audiência em detenção viajada. Mas não ele não compareceu, de acordo com um comunicado.
"Se a República Centro-Africana deseja combater a impunidade de que gozam autores de atrocidades, o Governo deve apoiar o Tribunal Penal Especial para proceder ao aprisionamento imediato de Bouba", disse Elise Keppler, diretora-adjunta do Programa Internacional de Justiça para a Human Rights Watch.
"Permitir a libertação de Bouba sem consideração pelas sentenças do Tribunal Criminal Especial mina os esforços para avançar a justiça e aumenta o risco de que o acusado fuja.
"Os parceiros internacionais, incluindo os Governos americano e francês, a União Europeia (UE) e as forças de paz da ONU devem insistir em que as decisões do CPS sejam respeitados e que Bouba esteja de novo e o mais rápido possível, detido para beneficiar dum processo judicial regular", disse Keppler.
-0- PANA MA/NFB/JSG/SOC/MAR/DD 29nov2021